De onde surgiu a metrópole - Artigo de Andrea Matarazzo


É impressionante pensar que o ponto onde uma cidade grande e moderna como São Paulo foi fundada ainda esteja preservado. A Praça da Sé, onde está nosso marco zero, mantém sua imponência histórica e segue como um dos maiores símbolos paulistanos, recebendo milhares de pessoas por dia. Pela estação Sé do Metrô passam, diariamente, 80 mil pessoas que, muitas vezes, nem reparam nos prédios tão importantes para a cidade. 

Em 25 de janeiro de 1554, os jesuítas fundaram, com uma missa, o Colégio São Paulo, no então Planalto de Piratininga. O colégio virou a Vila São Paulo, que deu origem à cidade e agora é a maior metrópole da América do Sul. Além de missas, o Pátio do Colégio abriga hoje o Museu Anchieta, a Biblioteca Padre Antonio Vieira e atividades culturais. Os terrenos vizinhos começaram a ser ocupados, entre eles, o do casarão onde morou a Marquesa de Santos, raro exemplar de residência urbana do século 18, que passa por obra de restauro. 

A Catedral da Sé também chama a atenção pela beleza e importância. Fundada em 1954 e reformada em 2002, recebe visitas não só de religiosos, mas de pessoas atraídas por sua arquitetura. Outro lugar que vale a visita é a faculdade de direito do Largo São Francisco, que, além do prédio histórico, tem um vasto acervo artístico, como os vitrais da escadaria e o mobiliário do salão nobre. Ao lado da faculdade, fica a Igreja da Ordem Terceira, construída há mais de 200 anos. 

Conhecida como "Centro Velho", a Sé acompanha o ritmo da cidade. Lá fica o primeiro Poupatempo da cidade e a sede da Bovespa. Nas redondezas, estimulando a cultura da região, fica o belíssimo Centro Cultural da Caixa Econômica Federal e o Centro Cultural Banco do Brasil. Como legítimo símbolo de São Paulo, a Sé guarda o passado, mas segue produzindo novas páginas da história. Certamente, voltarei a falar do Centro da cidade em artigos futuros.

Andrea Matarazzo é secretário estadual de Cultura de São Paulo.

Fonte: Diário de S.Paulo

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