Alckmin e a espionagem: haverá conseqüências


“Vamos aguardar a secretaria. O que aconteceu são duas coisas: o shopping não deveria ter dado a fita, e, quem pediu, em nome da polícia, também não poderia fazê-lo”.

A fala acima é do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin. Ele afirmou que a Secretaria de Segurança Pública anunciará medidas como reação à espionagem de que foi vítima o secretário Antonio Ferreira Pinto. Imagens do circuito interno do Shopping Higienópolis mostram um encontro entre o secretário e um repórter da Folha, que publicou, dias depois, uma reportagem segundo a qual o então titular da Coordenadoria de Análise e Planejamento (CAP) da secretaria, Túlio Kahn, era sócio de uma consultoria que venderia dados considerados sigilosos. Khan foi demitido.

Áreas da polícia que fazem oposição a Ferreira usaram as imagens como evidência de que teria sido ele a passar as informações para o jornalista da Folha, numa iniciativa óbvia para desestabilizá-lo.

Pouco importa o conteúdo da conversa do secretário com o repórter. Não cabe especulação a respeito. Grave é o fato de um secretário de estado estar sendo espionado. Grave é o fato de pessoas que se identificaram como “policiais” terem conseguido a fita ao arrepio da lei. Grave é o fato de o livre exercício do trabalho da imprensa, protegido pela Constituição, ter passado por um óbvio constrangimento.

Que Alckmin vá até o fim nessa história, em nome da legalidade e da autoridade!

Fonte: Reinaldo Azevedo - Veja.com

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