Alckmin defende fidelidade e menor número de partidos


O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), defendeu hoje a realização de uma reforma política que enfoque a fidelidade partidária, voto distrital e cláusula de barreira. Questionado sobre a recriação do PSD pelo prefeito da capital paulista, Gilberto Kassab, Alckmin disse, em entrevista à Rádio Estadão ESPN, que o País tem 30 partidos, mas não possui "30 ideologias". "É preciso ter cláusula de barreira, que se estabeleça um número menor de partidos e fidelidade partidária", afirmou.

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O governador de São Paulo evitou questionar a fidelidade partidária do vice-governador Guilherme Afif Domingos, que anunciou, recentemente, a saída do DEM para integrar o PSD. "A legislação hoje permite", limitou-se a dizer. No entanto, Alckmin insinuou que a criação de uma legenda não contribuiu com a política do País. "Nós precisamos ter menos partidos e partidos mais programáticos", afirmou.

Sem citar nomes, ele declarou que a adoção da votação distrital impediria, por exemplo, que envolvidos no "mensalão" do governo do PT tivessem sido reeleitos. "Reelegeram-se porque foram buscar voto no Estado inteiro. Se o voto fosse distrital, ninguém se reelegeria", acredita. De acordo com o governador, o voto por distrito aproxima o parlamentar do eleitor e barateia a campanha por obrigá-lo a pedir votos na localidade. "Hoje, elege-se quem está na mídia", concluiu.

Sobre o papel da oposição na esfera federal, Alckmin respondeu a críticas de o PSDB teria um desempenho apático. "Apenas não fazemos oposição de forma raivosa, como o PT fazia com o governo Fernando Henrique. É uma oposição madura, não é uma oposição eleiçoreira", garantiu. "Mas não é fácil fazer oposição no Brasil", admitiu, em seguida. O governador evitou também críticas abertas à gestão da presidente Dilma Rousseff.

Fonte: DAIENE CARDOSO - Agência Estado

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