Construindo a história - Artigo de Andrea Matarazzo


Na última semana, tomaram posse os membros do Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico, o Condephaat, que, para mim, é um dos órgãos mais importantes do estado. Por causa dos conselhos que cuidam do patrimônio, São Paulo conseguiu compatibilizar desenvolvimento e progresso com respeito à história e à cultura. É por causa do Condephaat que os Jardins mantêm até hoje suas casas térreas e suas áreas verdes, ao contrário de regiões que foram invadidas por concreto e arranha-céus. Assim como a área verde do Parque do Piqueri, que, além de espécies nativas de vegetação, guarda o histórico do bairro do Tatuapé, da família Matarazzo e da cidade de São Paulo. 

No acervo de quase 400 bens tombados do Condephaat, há pedaços fundamentais da história - antiga e recente - do estado. Como a Casa das Caldeiras, que representa o início da industrialização paulista, com a chegada das caldeiras que vinham da Europa na década de 20. E o Hospital e Maternidade Humberto Primo, conhecido como Hospital Matarazzo, que foi fundado em 1904 por um grupo de empresários italianos, para atender à grande massa de imigrantes que chegava a São Paulo naquela época.

Conjuntos de bens, como as mais de cem escolas construídas na Primeira República, as nove estações de trem da antiga SP Railway ou os imóveis projetados pelo arquiteto Rino Levi, são valorizados e reconhecidos por meio do tombamento. Em alguns casos, viraram pontos turísticos e ganharam novas e importantes funções. Para construir o futuro é importante que cada um de nós conheça os marcos históricos de São Paulo. O desenvolvimento é melhor quando se conhece e preserva o passado. O Condephaat e os outros órgãos de proteção ao patrimônio trabalham para pesquisar e defender o que ainda existe de história e, assim, despertar na população o interesse pelos patrimônios culturais da cidade, do estado e do país.

Andrea Matarazzo é secretário estadual de Cultura de São Paulo.

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