'Apagões de energia se transformaram em rotina por falta de investimentos' Aloysio Nunes



O senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP) sustentou em discurso, nesta segunda-feira (7), que os "os apagões de energia elétrica no Brasil se transformaram em rotina" e apontou, com causa, a falta de investimentos do governo no sistema elétrico. Ele lembrou que, em outubro de 2009, a então ministra Dilma Rousseff disse à imprensa, "em tom assertivo", que não haveria mais apagões no Brasil porque o governo teria voltado "a fazer planejamento".

- Menos de duas semanas depois, o país mergulhou numa escuridão nunca antes vista na história de nosso país. E, na última sexta-feira, aconteceu de novo e todo o Nordeste ficou às escuras. Infelizmente, não foi um evento isolado. Houve interrupções no Rio de Janeiro. As indústrias de Manaus padecem constantemente de falta de energia - disse.

Aloysio Nunes leu notícia do jornal Folha de S. Paulo desta segunda-feira (7), a qual registra no caderno Cotidiano que os "apagões" aumentaram 90% em dois anos. Para o senador paulista, o setor elétrico nacional não tem tido os necessários investimentos, especialmente em distribuição e transmissão. A seu ver, essa falta de investimentos se deve ao modelo implantado sob a égide da então ministra Dilma Rousseff, onde se deu prioridade absoluta ao "critério da modicidade tarifária", que considera sempre a menor tarifa.

- Não estou pregando tarifas elevadas, pois energia elétrica é um bem de primeira necessidade e tem de ser acessível aos consumidores. Mas ele não pode ser visto como um critério isolado da qualidade. Na busca da modicidade, o que ocorreu foi o abandono, com as exigências de qualidade ficando em segundo plano - ponderou.

Em aparte, a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) disse que a falta de energia no Nordeste não foi um apagão, mas sim um blecaute, provocado por um problema técnico, sustentando que o sistema "não é infalível". Disse ainda que o Brasil não enfrenta falta de energia, como no governo Fernando Henrique Cardoso.

Aloysio Nunes retomou seu discurso e sustentou que, embora possa ser diferente "o conceito de apagão ou interrupção temporária", para "as pessoas o problema é ficar sem luz, é ter que acender vela, é ter que ressuscitar o lampião". Disse que o problema não é isolado, citando que, no ano passado, houve 91 desligamentos de energia superiores a 100 megawatts, que é o consumo de uma cidade com cerca de 400 mil habitantes.

O senador paulista lamentou ainda que o novo presidente de Furnas tenha declarado que sua principal missão, dada pela presidente Dilma Rousseff, é "pacificar" a empresa, onde "há uma guerra sem quartel em que digladiam facções políticas incrustadas em sua estrutura". Aloysio Nunes disse esperar que a presidente da República leve adiante "seu propósito" de fazer com que as "empresas públicas passem a ser efetivamente públicas", retirando-as das mãos de "clãs, facções, partidos políticos".

Ele foi cumprimentado por seu discurso, em apartes, pelos senadores Alvaro Dias (PSDB-PR) e Casildo Maldaner (PMDB-SC).

Fonte: Agência Senado

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