Aos deputados tucanos, Serra prega oposição unida e monitoramento das ações do governo



Respaldados por mais de 43,7 milhões de votos nas eleições presidenciais, à frente de governos de estados onde residem mais da metade da população e com dezenas de representantes no Parlamento, os partidos oposicionistas têm absoluta representatividade para lutar por suas bandeiras. A avaliação foi feita nesta quarta-feira (9) por José Serra durante a reunião da bancada do PSDB na Câmara.

Político com vasta experiência nos poderes Executivo e Legislativo, o tucano apontou uma série de temas críticos que precisam de acompanhamento sistemático de uma oposição unida e organizada. Ex-deputado e ex-senador, Serra se colocou à disposição da bancada e disse que, mesmo sem mandato, continuará servindo ao Brasil e ao partido.

Em sua fala, o ex-governador de São Paulo propôs que os deputados tucanos se dividam em grupos de acordo com suas formações e experiências. Este formato permitiria à oposição acompanhar as ações de governo mais de perto e cobrar sempre que necessário. De acordo com Serra, esse trabalho é fundamental, pois não faltam exemplos de ações dos governos Lula-Dilma que necessitam de explicações e de monitoramento.

“É um escândalo o que é colocado no Orçamento e o que é efetivamente executado. É preciso estar em cima de assuntos como esse”, propôs. Para Serra, além de cobrar, as legendas de oposição devem levar suas bandeiras à sociedade e se manifestar sobre os assuntos em pauta na agenda pública.

O tucano apontou uma série de temas com o DNA dos governos Lula e Dilma que devem ser cobradas e acompanhadas: promessas descumpridas de aprovar as reformas política e tributária, o colapso no sistema elétrico por falta de investimentos, a promessa do governo de não injetar recursos públicos no trem-bala, as metas descumpridas nos programas habitacionais, o loteamento político de órgãos como a Fundação Nacional da Saúde (Funasa), o descaso com a educação e a saúde, os juros estratosféricos sem necessidade, a maquiagem das contas governamentais e o colapso da infraestrutura são apenas alguns exemplos.

Serra também criticou duramente a postura política do PT, que se apropria de ações e bandeiras da oposição, além de distorcer os fatos para tirar proveito eleitoral. Exemplo disso é o tratamento em relação ao Bolsa Família, programa criado a partir da rede de proteção social da gestão FHC, mas que na campanha foi usado não somente como fruto exclusivo do PT, mas também como alvo em eventual governo tucano.

O ex-governador lembrou ainda que em sua gestão à frente do Governo de São Paulo até os parlamentares que faziam oposição mais radical ao seu governo tinham suas emendas respeitadas. O mesmo comportamento foi adotado pelo tucano à frente do Ministério da Saúde. No entanto, com os governos Lula e Dilma, a base aliada é privilegiada. “É desmoralizante para o Congresso que as emendas sejam objeto de discriminação e de manipulação política. Dever haver maior isonomia nas questões parlamentares”, cobrou o tucano, que seguiu para o Senado após a reunião na Câmara.

Fonte: Marcos Côrtes/ Foto: Marco Túlio Chaves - Blog PSDB

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