Aloysio Nunes: Pacote fiscal de Dilma é descumprimento do contrato com eleitores



O senador Aloysio Nunes (PSDB-SP) criticou, nesta sexta-feira (11), as medidas de ajuste fiscal anunciadas pelo governo, com um corte de R$ 50 bilhões. Ele disse que a presidente Dilma Rousseff, em sua campanha eleitoral, havia descartado a necessidade de ajuste.

Na visão do parlamentar, o anúncio dos cortes demonstra que Dilma não está cumprindo o compromisso assumido com os eleitores. O senador disse que, em pronunciamentos no Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), em São Paulo, e na Legião Brasileira da Boa Vontade (LBV), em Brasília, Dilma negou que houvesse motivos para preocupação quanto às contas do governo, uma vez que o país vinha crescendo e a inflação estava sob controle.

- Ela [Dilma] era a alma do governo passado, e isso dava garantia aos eleitores da continuidade. E não foi isso que aconteceu. O anúncio do corte de R$ 50 bilhões é uma ruptura. A menos que se imagine que aqueles que elaboraram o Orçamento, e me refiro ao ministro Mantega em particular, fossem tão incompetentes que não tivessem previsto o rumo que as contas estavam tomando e que imporiam um ajuste fiscal logo no início do governo - disse Aloysio Nunes.

Com relação ao cancelamento de concursos, o senador questionou a forma como foram elaborados os editais e destacou os prejuízo que podem ter os brasileiros que investem na preparação para essas seleções públicas.

- Será que o Governo não fez, antes de lançar os editais de concurso, um levantamento preciso da necessidade de funcionários em determinados setores ou da sua abundância em outros, antes de engajar milhares de pessoas na preparação de concursos, na inscrição em cursos preparatórios para concursos públicos?

Aloysio Nunes disse ainda que a ajuste fiscal deve ser feito com o fim do desperdício de dinheiro público, com a revisão da concessão de incentivos fiscais a grupos econômicos, entre outras medidas.- Se o Governo não enfrentar seriamente os desafios de tapar os ralos por onde escorre o dinheiro público, se o Governo não se propuser, com o auxílio desta Casa, a uma revisão rigorosa dos incentivos fiscais que somente favorecem grupos econômicos e que não têm nenhum benefício social, se o Governo não puser fim ao cassino financeiro, ao custo elevadíssimo que paga para manter divisas vultosas, enquanto as contas comerciais se deterioram, enquanto não se enfrentar seriamente esses problemas, o resto é perfumaria.

Fonte: Agência Senado

Comentários