O Estado de S.Paulo
O MST foi criado em 1984, em pleno processo de redemocratização do
País, por iniciativa de sindicatos de trabalhadores rurais, organizações
sociais voltadas para os problemas do campo e, especialmente, a
Comissão Pastoral da Terra, então vinculada à Conferência Nacional dos
Bispos do Brasil, mas que adquiriu autonomia, na medida em que se abriu
para fiéis de outros credos cristãos e, mais importante do que isso,
passou a ser dominada pelo pensamento marxista e pelos sectários da
Teologia da Libertação. Num país marcado por forte desigualdade social, o
MST nasceu inspirado pela ideia generosa de criar condições para que o
homem do campo possa se integrar na economia agrícola, como produtor em
seu pedaço de chão. Consequentemente, a grande bandeira içada pelo
movimento foi a da reforma agrária.
Mas o sectarismo ideológico acabou transformando os assentamentos
rurais que o MST controla em todo o País, todos fortemente dependentes
de financiamento governamental, numa tentativa anacrônica de preservar
uma estrutura de produção de subsistência. Uma ideia que bate de frente
com as exigências da economia globalizada, que estimulam o aprimoramento
tecnológico e de gestão do agronegócio. Até o governo do presidente
Lula se deu conta do furo n"água que representa a concepção de reforma
agrária do MST. Mas esse mesmo governo, se, por um lado, estimulava o
agronegócio (responsável por mais de um terço do PIB brasileiro), por
outro, bajulava as lideranças "progressistas" do MST, incluindo seus
quadros no aparelhamento da máquina federal, especialmente nas áreas do
Desenvolvimento Agrário e do Incra, e abria generosamente os cofres
públicos para atender às demandas dos assentamentos. Isso possibilitou,
por exemplo, o desenvolvimento de uma ampla atividade educacional nos
domínios do MST, sujeitando milhares de crianças e adultos à doutrinação
marxistoide e à incitação da luta de classes.
E há que se registrar ainda o fato de que os assentamentos do MST são
frequentemente denunciados como palco de graves irregularidades, como a
comercialização de lotes - o que a lei proíbe - por parte de pessoas
que se habilitam à propriedade de um pedaço de terra apenas para daí
extrair vantagens pecuniárias. Golpistas, enfim.
A liderança do MST costuma acusar a imprensa de, na defesa dos
interesses das "elites dominantes", promover campanhas sistemáticas de
desmoralização do movimento, com o objetivo de comprometê-lo com a
opinião pública. O que já comprometeu irreversivelmente a imagem do MST
são as reiteradas agressões ao estado de direito, o deliberado
desrespeito ao direito de propriedade, a constante incitação à
violência, a ostensiva manipulação da ignorância e da desesperança. Em
resumo, seu menosprezo à consciência cívica dos brasileiros. Depois de
quase 30 anos, no momento em que o Brasil parece disposto a caminhar
mais celeremente para a frente, o MST revela-se a imagem perfeita e
acabada do atraso.
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