Para
o tucano, é preciso que seja feita uma investigação rigorosa para
estancar essa “sangria de recursos públicos” no órgão chefiado pelo PMDB
desde 2005. O tucano destacou ainda ser necessário acabar com essa
rotina muito usada no governo Lula de passar a mão na cabeça de aliados
que cometem irregularidades na administração federal. “São os panos
quentes, o deixa pra lá. Mas quem sofre é a população, que vê seus
impostos serem desviados de maneira irresponsável e muitas vezes
criminosa”, criticou.
O tucano ressalta que os recursos deixaram de ser aplicados nas áreas
atendidas pela fundação, como a saúde indígena e o saneamento básico. A
Funasa também gerencia obras do Programa de Aceleração do Crescimento
(PAC ) e ações de combate à dengue. “Por isso, o grande gargalo na falta
de água, de esgoto e de tratamento sanitário. Além disso é
um escândalo e um caso de negligência com a saúde e a vida das
pessoas, o que é mais grave ainda”, ressaltou o deputado.
Além das auditorias, balanço feito pela controladoria a pedido da
“Folha” aponta a existência de 62 processos simultâneos contra a direção
da Funasa. Outros seis apuram supostas irregularidades cometidas por
dirigentes e servidores. As investigações podem culminar em punições
como a demissão e a proibição de exercer novos cargos públicos.
Histórico de desmandos e de corrupção
→ O ex-presidente da Funasa Paulo Lustosa, o primeiro indicado ao
cargo pelo PMDB, foi banido da administração federal por cinco anos. A
CGU o responsabilizou em 2009 pelo superfaturamento de contratos de R$
14,3 milhões da TV Funasa. Em parecer, ele foi acusado de exibir
“verdadeiro desprezo e desapego” pelos recursos públicos.
→ A Polícia Federal (PF), também em 2009, deflagrou
duas operações contra crimes cometidos com dinheiro da fundação. A
Operação Covil, contra pagamentos de propina em Tocantins, e a Operação
Fumaça, que desarticulou um esquema de desvio de repasses da Funasa a
prefeituras do Ceará. As investigações constataram desvios de R$ 6,2
milhões, segundo a reportagem da “Folha”.
→ Mesmo com os escândalos, os peemedebistas mantêm o controle
sobre o orgão federal. Em 2008, o então ministro José Gomes
Temporão disse que a Funasa tinha ”corrupção” e “baixa
qualidade”. Temporão tentou demitir o presidente da autarquia Danilo
Forte, mas reação dos líderes do PMDB o manteve no cargo até sua eleição
em outubro de 2010 como deputado federal pelo Ceará. Em abril do ano
passado, Forte passou o cargo a Faustino Lins, outro presidente ligado
ao mesmo partido.
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