Painel do Impostômetro na Associação Comercial de São Paulo, na capital paulista (Foto: Marcio Fernandes/AE – 14/12/2010)
A arrecadação de tributos em 2010 foi de R$ 1,27 trilhão e deve
crescer mais ainda este ano, atingindo a casa de R$ 1,4 trilhão, uma
alta de 10%, de acordo com o Instituto Brasileiro de Planejamento
Tributário (IBPT). Isso quer dizer que o brasileiro vai pagar mais
impostos em 2011.
O cálculo de crescimento dos tributos que serão pagos pelos
contribuintes considera uma expectativa de crescimento de 4% para o
Produto Interno Bruto (PIB) e mais 6% de inflação neste ano. “O
crescimento da arrecadação ocorre por causa do momento econômico, da
expansão da economia. Cresce a produção da indústria, há mais comércio e
serviços, mais negócios e isso aumenta o valor que o governo deve
arrecadar em impostos”, explica João Eloi Olenike, presidente do IBPT.
Outro fator que contribui para o crescimento da arrecadação é a maior
fiscalização do órgãos responsáveis e ainda o crescimento da
formalização de companhias e profissionais, como o incentivo para a
micro e pequenos empresários se legalizarem.
De acordo com dados o IBPT, entre 1986 e 2009, o crescimento da carga
tributária foi de 1.296,72%, enquanto o PIB subiu 755,37% no mesmo
período. “Isso ocorre por causa do crescimento do País e do surgimento
de impostos desde aquela época, o que não tem acontecido nos últimos
anos”, afirma Olenike.
Quanto ao pagamento de impostos individualmente, em 1993 cada
contribuinte arcava com algo em torno de R$ 700,51 por ano de tributos.
Esse valor subiu para R$ 5.909 em 2009 e deve fechar 2010 próximo de R$
6,5 mil.
“Algumas pessoas são tributadas duas vezes, pois eles pagam impostos
que deveriam cobrir serviços que precisam ser bancados novamente, como o
plano de saúde, pedágios, educação, entre outros. O cidadão já paga por
isso ao governo e precisa contratar por fora já que o oferecido a esse
contribuinte não é suficiente. E isso faz com que ele pague duas vezes a
mesma coisa”, diz Olenike.
O presidente do IBPT explica que não há como fugir do aumento dos
tributos e que os cidadãos precisam é cobrar do governo maior eficiência
administrativa e redução de seus gastos, pois 70% da arrecadação vai
para folha de pagamento e para custos da Previdência Social.
“O Brasil tem 14ª maior carga tributária do mundo -– 34,87% do PIB em
2009 -– e um retorno para o cidadão muito abaixo de países que
arrecadam menos”, diz ele.
Fonte: Luciele Velluto - Jornal da Tarde
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