Oito governadores eleitos vão definir linha que norteará ação dos Estados de oposição
A menos de um mês para o início do governo da presidente
eleita Dilma Rousseff (PT), os governadores eleitos do PSDB resolveram
montar uma estratégia e um discurso comum para enfrentar o governo
federal nos próximos quatro anos.
Na quarta-feira, os oito tucanos eleitos para os governos estaduais
devem se encontrar num hotel de Maceió para definir a linha de conduta
que norteará a ação dos Estados de oposição.
A ideia é calibrar um discurso que delimite o espaço como
representantes da oposição, mas que não alimente conflito extremo com o
Palácio do Planalto – muitos governadores, principalmente os de Estados
menores, dependem da boa vontade do caixa do governo federal.
Será a primeira vez que Geraldo Alckmin (SP), Antonio Anastasia (MG),
Marconi Perillo (GO), Simão Jatene (PA), Beto Richa (PR), Siqueira
Campos (TO), Teotônio Vilela (AL) e Anchieta Júnior (RR) estarão
reunidos para discutir a postura que adotarão diante da administração de
Dilma Rousseff.
A agenda ainda está sendo fechada por Teotônio Vilela. Também não
está definido se o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e o
ex-governador José Serra, que viaja no fim de semana para fazer uma
palestra nos Estados Unidos, comparecerão.
O objetivo é fazer uma reunião menor para discutir pontos
prioritários. Por isso, os senadores eleitos não devem ser convocados –
outro encontro no Senado está programado no mesmo dia para discutir com
os novos parlamentares temas como a liderança e a atuação da bancada
tucana na Casa.
Pauta. Um dos tópicos da agenda, considerado entre os mais urgentes
pelos governadores eleitos, é a repactuação das receitas entre os entes
federativos.
Os atuais governadores têm criticado sistematicamente a concentração
dos recursos nas mãos do governo federal em detrimento dos Estados e dos
municípios. A oposição defenderá uma redistribuição do bolo tributário,
tese que tem pouca chance de emplacar no governo federal.
Os governadores afinarão o discurso sobre CPMF, tema em que não há
consenso entre os tucanos, e sobre compensações em torno de perdas com a
lei Kandir, que desonera exportações.
O encontro em Maceió também pretende difundir entre os tucanos
políticas do partido consideradas exitosas. As iniciativas serão
"vendidas" entre os eleitos para que possam ser importadas por outras
administrações.
O objetivo é criar "vitrines" do PSDB que possam ser exploradas nas próximas eleições.
Tucanos têm defendido discussão sobre a redefinição do programa
partidário. "Precisamos discutir propostas efetivas sobre o futuro do
País e avançar na criação de uma identidade própria do PSDB", declarou a
senadora Marisa Serrano (MS).
Fonte: Julia Duailibi/SÃO PAULO - O Estado de S.Paulo
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