Os 5 nomes do PMDB levados a Dilma têm a chancela do presidente do Senado, que pode seguir no cargo, e do vice-presidente eleito
O PMDB fechou ontem com a presidente eleita,
Dilma Rousseff, seu espaço no futuro governo privilegiando os
"padrinhos" da legenda. Os vencedores na indicação para cinco pastas -
Minas e Energia, Previdência, Turismo, Agricultura e Secretaria de
Assuntos Estratégicos (SAE) - são o presidente do Senado, José Sarney
(AP), e o presidente nacional da legenda e vice-presidente eleito,
Michel Temer (SP).
Sarney e Temer emplacaram dois ministros cada na cota do partido. O
sexto ministério ocupado por um peemedebista - Nelson Jobim, na Defesa -
é considerada cota pessoal de Dilma. No xadrez da reforma, o PMDB cedeu
Saúde, Comunicações e Integração Nacional em troca de Turismo, SAE e
Previdência, pastas sem o mesmo prestígio político e orçamentário.
"Com certeza a indicação do meu nome tem a influência do senador
Sarney e da governadora Roseana Sarney", admitiu o deputado Pedro Novais
(PMDB-MA). Seu nome é dado como certo para assumir o Ministério do
Turismo, pasta que nos últimos dias passou a ser alvo de cobiça de
partidos aliados, como o PSB.
Além de Novais, o grupo de Sarney já havia conseguido o retorno de
Edison Lobão para Minas e Energia. No segundo mandato do presidente
Lula, Lobão substituiu a então ministra Dilma Rousseff.
Na cota de Temer estão Wagner Rossi, que será mantido na Agricultura,
e o ex-governador do Rio, Moreira Franco, que ficará na SAE. Moreira
Franco relutou em aceitar a secretaria porque reivindicava um ministério
mais robusto. Sem sucesso na empreitada, os peemedebistas passaram
então a defender que a SAE fosse "turbinada" com a absorção de novas
tarefas.
Mais uma vez, não foram bem sucedidos. Obtiveram só a promessa de que
o Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, conhecido como
"conselhão", ficará subordinado à SAE. Também conseguiram garantir a
permanência do Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada (Ipea) na
pasta.
Previdência
Na escalação ministerial, a novidade nesta terça-feira, 7, ficou por
conta do senador Garibaldi Alves (PMDB-RN), cotado para assumir a
Previdência. O nome do ex-governador do Amazonas e senador eleito
Eduardo Braga chegou a ser confirmado. Segundo peemedebistas, Braga
teria aceitado ser ministro, mas com a expectativa de assumir outra
pasta. Ele queria um ministério mais ligado à área empresarial e
industrial. Como não foi possível trocar de ministério, o ex-governador
desistiu de assumir a Previdência. O PMDB decidiu, então, apresentar o
nome de Garibaldi. Mas, ao contrário dos demais ministros indicados pelo
partido, o nome do senador enfrenta resistências e sua ida não estava
assegurada.
"Ninguém me ligou para me convidar. Mas, se me ligarem, aceito",
disse Garibaldi. A sondagem foi feita no início da tarde de ontem pelo
líder do partido no Senado, Renan Calheiros (AL). "É um desafio muito
grande e a gente tem que aceitar os desafios", observou Garibaldi.
A escolha de Garibaldi para o ministério abre caminho para uma
reeleição tranquila de Sarney na presidência do Senado. O senador
potiguar já havia declarado disposição de lançar seu nome como
alternativa do partido para comandar o Congresso. Garibaldi lembra que
já esteve "dos dois lados do balcão", no Executivo e no Legislativo.
Além dos três mandatos no Senado, foi prefeito e governador. A Previdência seria sua estreia na Esplanada dos Ministérios.
Fonte: Eugênia Lopes e Christiane Samarco - O Estado de S.Paulo
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