Deputados aprovam peça para o início da gestão de Geraldo Alckmin (PSDB) com R$ 4,6 bilhões para tentar melhorar trânsito
Em sessão encerrada na madrugada desta
quarta-feira, 22, por conta das obstruções levantadas pelas bancadas do
PT e do PSOL, a Assembleia Legislativa de São Paulo aprovou o Orçamento
de 2011 com base no parecer do deputado estadual tucano Bruno Covas, sem
alterações.
A proposta atende os anseios do governador eleito, Geraldo Alckmin
(PSDB), que toma posse na próxima semana, para seu primeiro ano de novo
mandato.
O montante destinado às despesas do Executivo foi fixado em R$ 140,6
bilhões. O valor é 12% superior ao do Orçamento atual, ainda da gestão
José Serra/Alberto Goldman. Alckmin pediu aos deputados de sua base que
fosse ampliada a capacidade de investimento da Secretaria de Transportes
Metropolitanos, que terá R$ 4,6 bilhões à disposição.
A pasta será comanda por Jurandir Fernandes, nome de confiança do
governador eleito. A ideia é priorizar a expansão dos trens e do metrô
na tentativa de sanar um dos piores problemas dos paulistanos, o
trânsito caótico da Grande São Paulo e em todo seu entorno.
A peça aprovada, no entanto, não contempla os desejos do Judiciário
paulista, que passou pela maior greve de sua história (127 dias) neste
ano. Estarão à disposição desse Poder, conforme o Orçamento, R$ 5,6
bilhões, considerados insuficientes para promover o reajuste de
servidores acordado para encerrar a paralisação. A Justiça pleiteava R$
12,3 bilhões. Alckmin ainda pode manobrar o valor com suplementações,
pois os servidores do Judiciário já acenam com novas paralisações a
partir de março do ano que vem.
Relatório
Na contramão da base governista, o PT apresentou voto em separado
para o relatório. Na tribuna, os deputados petistas Rui Falcão, Ênio
Tatto e Antonio Mentor revezavam-se em duras críticas ao projeto.
Consideraram a peça do relator "pífia" e "absurda". Para eles, a
proposta subestima a arrecadação do Estado no próximo ano, minando a
possibilidade de realocar recursos para educação, saúde e Justiça e,
consequentemente, permitir reajuste de servidores.
Do lado do PSOL, Carlos Giannazi e Raul Marcelo engrossavam o coro
das vozes dissonantes. O deputado Major Olímpio (PDT) também foi contra a
proposta aprovada. "Em respeito ao cidadão, voto não", contestou.
Apesar dos apelos da oposição, a base governista aprovou o projeto com
facilidade, com placar de 59 votos a favor e 17 contra.
A despeito da vitória folgada da base governista, os deputados
estaduais também saíram descontentes com o valor das emendas pontuais
aprovado no relatório. Os parlamentares pressionavam para garantir R$ 3
milhões para atender suas bases políticas, mesmo valor oferecido pelo
prefeito Gilberto Kassab (DEM) aos vereadores da Câmara Municipal de São
Paulo.
Fonte: Roberto Almeida - O Estado de S.Paulo
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