WELBI MAIA BRITO
Passada a
ressaca eleitoral após mais uma derrota para o PT na disputa pelo Palácio do
Planalto, é hora de avaliar os erros e entender que caminhos queremos trilhar.
Muito tenho lido e ouvido sobre os rumos que o PSDB deve tomar: são analistas
políticos, lideranças, parlamentares, militantes e simpatizantes tucanos, além
de muitos curiosos. Todos tem a "fórmula" da vitória para o PSDB e
para a oposição.
Entendo a
agonia e a vontade da maioria que quer colaborar com reformulação do maior
partido da oposição, é muito salutar todas as colaborações recebidas, mas não é
hora de desespero, nem de atitudes intempestivas. É hora de reorganização, e
isto cabe cautela, ponderação, ouvir muito a todos, principalmente o cidadão
comum, aquele que não participa do dia-a-dia da política. Precisamos entender
onde erramos, o porquê nossa mensagem não foi entendida por uma parcela do
eleitorado, já que sabemos que tínhamos o melhor candidato e as melhores
propostas para o Brasil.
O que me
deixa extremamente irritado neste momento, são aqueles que ao invés de
colaborar com esta reestruturação da oposição e do PSDB, limitam-se apenas a
tecer críticas, apontar erros, e botar defeitos e culpas individualizando e
fulanizando um processo que foi coletivo.
Outro
erro que vejo, é a pressa de alguns num momento que é de reflexão. Exigir
oposição "imediata" a um governo que ainda não começou, é, no mínimo,
irresponsável.
A
oposição que não quero é aquela que sempre vimos, e ainda vemos, o PT fazer. A
política do "quanto pior melhor". Este tipo de oposição raivosa, que
prega o ódio, acirramento entre classes sociais, a disputa entre gêneros,
raças, que provoca o confronto regional, é um retrocesso. é a política aplicada
por muito tempo por aqueles que hoje estão no poder. E por isso nos opomos a
eles. Não se trata apenas da disputa pelo poder, divergimos na forma de se
fazer política e de se governa. Divergimos também na forma de se fazer
oposição, por isso, copiá-los não é caminho. Esta é a oposição que não queremos
ser.
A
oposição que quero, é aquela capaz de construir uma proposta de país, sem
deixar de ser crítica e investigativa. É aquela que possa manter suas bandeiras
ideológicas, denunciar os erros do governo, mas que consiga entender o que o
cidadão deseja e que se faça entender por ele.
Se conseguirmos
entender o momento e nos unir entorno desta idéia e deste propósito, acredito
que estaremos no rumo certo na criação de uma nova política, de uma oposição
mais ativa, propositiva, combativa e competitiva.
Publicitário, blogueiro, tuiteiro, militante e delegado do diretório zonal de Ermelino Matarazzo do PSDB-SP
welbimaia@hotmail.com
Primeiro a oposição precisa se entender internamente. Como diria o Roberto Freire, custo a acreditar que o PSDB elegeu o líder das minorias na Câmara (Paulo Abi-Ackel) sem consultar as minorias.
ResponderExcluirSigo aguardando uma oposição mais propositiva também...
Abraço!
Não haveria necessidade de usar o termo "reestruturação" caso todos tivéssemos saído das urnas com sangue nos olhos, deitando o cabelo, correndo para demarcar esse território perdido. A derrota imposta pelas urnas, com a expressiva votação de 43 milhões de eleitores, se caracterizaria, em qualquer lugar do mundo civilizado, uma grande vitória: o direito de se legitimizar como oposição.
ResponderExcluirNão há crianças inocentes e inexperientes no PSDB - assim como não há em qualquer lugar da política. Todo mundo sabe o que precisa ser feito. Falar em renascimento é eufemismo para: "vamos aguardar o governo Dilma começar, o Congresso tomar posse e só então resolveremos o que (e como) fazer."
O ruim é que o eleitor ficou esperando ouvir o que não foi dito, ver o que não foi feito. Para se sentir amparado diante do horror que se descortina à nossa frente: o governo da Dilma, a República Popular dos Porquinhos, levando o Brasil para a nova Idade das Trevas.
Texto bastante sensato. Acho que é por aí mesmo. Também defendo que o PSDB deve manter o perfil de um partido diferente, sensato, ético e que pense no bem do país acima dos interesses pessoais. Talvez isso tenha custado ao PSDB uma maior demora para retomar a presidência, mas na hora do aperto o povo saberá que existe algo diferente da cleptocracia lulo-petista.
ResponderExcluirEspero que desta reflexão o partido saia ainda mais fortalecido, que abra mais espaço para a participação dos afiliados (prévias?), que tenha melhor comunicação com os partidos aliados e que defenda com maior ênfase seu legado, principalmente as privatizações.