A oposição formalizou , na manhã desta quarta-feira (22), apoio ao candidato petista à presidência da Câmara dos Deputados,
Marco Maia. O PSDB e DEM acordaram também com a base governista sobre a
composição da Mesa, que será feita sob os critérios da
proporcionalidade. Em entrevista a , o líder tucano na Casa, João
Almeida (BA), admite que seu partido e aliados não têm força para
sustentar uma candidatura e garante: "Nós vamos descer o cacete no
governo, e é para feder".- O PSDB é construtor de instituições. Por isso
é que estamos defendendo a autonomia do Legislativo. Também queremos
evitar a intromissão do Executivo aqui, evitar que os deputados
fiquem presos. Não queremos lambança para melhorar a fisiologia de um
partido ou de outro. A lambança não serve para engrandecer e nem é a
favor do povo - justificou.A reunião contou com a participação dos
líderes do DEM, Paulo Bornhausen (SC); do PSDB, João Almeida (BA); do
PMDB, Henrique Eduardo Alves (RN); do PT, Cândido Vaccarezza (SP); do
PTB, Jovair Arantes (GO); do vice-líder do PSC, Carlos Eduardo Cadoca;
do vice-líder do PR, Lincoln Portela (MG), além de deputados de
outros partidos como o PP.Confira: - Qual fatia do bolo da Câmara ficará
para a oposição? João Almeida - Nós sempre defendemos a manutenção do
critério da proporcionalidade. Por isso temos nos reunido com os demais
partidos. A proporcionalidade é algo que já está estabelecido e projeta
o resultado da urna. Nós temos que nos conformar. Nesta reunião de
hoje, conversamos sobre a composição da mesa e as condições. O PSDB terá
uma posição na Mesa e duas posições em comissões, assim como o DEM.O
senhor afirmou que a oposição tem que se conformar. A oposição está
conformista? Não há conformismo. Mas isto é o melhor que podemos
conseguir. Se nos metermos em baralhada de bloco para encher a barriga
dos descontentes do governo, não sobrará para nós a hipótese de
conseguir mais do que com a negociação. Todos os outros da oposição são
menores do que nós, e quando se junta com os pequenos, acaba tendo que
ceder para eles.A oposição vai apoiar o candidato do PT à presidência da
Casa. Isto não é confuso para o eleitor? Alguém veio me dizer que
isto era errado e que deveríamos fazer mais barulho neste processo.
Confusão para quê? Isso só enfraquece o Legislativo. Querem inventar a
formação de um bloco, uma ação conjunta com o PSB para fazer uma
candidatura alternativa.Quem está capitaneando esse processo? O
próprio pessoal do PCdoB, e alguns do PSB. Tem o Delgado, o próprio Aldo
Rebelo (PCdoB-SP)... Eles estão sondando essas possibilidades. Mas nós
não vamos embarcar nessa.Isso não pode ser encarado pelos eleitores como
medo de participar desse processo ou como enfraquecimento da oposição?
Não temos, de fato, força para concorrer. Colocaremos uma candidatura
alternativa para quê? Seria para fazer proselitismo. Acabou a disputa.
Aqui não há espaço para a disputa com o governo. Isso aqui é um Poder
Legislativo, que é autônomo. Precisamos de instituições. Precisamos
institucionalizar a política. Para tudo inventam uma disputa estéril que
desmerece o mérito do Legislativo. Isso tudo resulta em criação de
cargos e comissões para partidinhos com quatro ou cinco deputados.Pode
ser visto como adesão? Isso não é adesão. Nós vamos descer o cacete
no governo, e é para feder. O PSDB é construtor de instituições. Por
isso que estamos defendendo a autonomia do Legislativo. Também queremos
evitar a intromissão do Executivo aqui, evitar que os deputados
fiquem presos. Não queremos lambança para melhorar a fisiologia de um
partido ou de outro. A lambança não serve para engrandecer, nem é a
favor do povo.Mas o PSDB já entrou na disputa... Sim, quando fizemos
isso, fizemos errado. Elegemos o Severino. Aquela coisa horrorosa. O
PSDB tem essa responsabilidade também. Deu no que deu. Aquilo
desmereceu, desqualificou o Legislativo.
Fonte: Terra Magazine
Comentários
Postar um comentário