O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) disse hoje que o
presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) está interferindo demais na
formação da equipe de ministros da presidente eleita, Dilma Rousseff.
Porém, ponderou que cabe a ela limitar os abusos que Lula cometer. "O
presidente Lula sempre me criticou porque dizia que eu me metia demais
na política depois da Presidência. Agora é ele quem está se metendo
demais", disse, após participar da inauguração do Orquidário Professora
Ruth Cardoso, no Parque Villa Lobos, na capital paulista.
"Mas
deixa ele fazer. Ainda acho que os outros é que têm de limitar. Se o
presidente Lula abusar, cabe à Dilma controlar. Mas esse é o
temperamento do Lula. Ele critica os outros e faz a mesma coisa",
alfinetou o ex-presidente tucano. FHC ficou muito emocionado com a
homenagem feita à esposa, que faleceu em junho de 2008, e que dá o nome
ao orquidário inaugurado hoje pelo governador Alberto Goldman.
O
candidato derrotado à Presidência da República José Serra (PSDB) também
participou da inauguração do Orquidário Ruth Cardoso, mas evitou a
imprensa. "Só quero falar de orquídeas", disse. "Me deixem curtir o meu
sabático."
Presidência
Fernando Henrique disse ser
normal sentir falta da Presidência depois de deixar o cargo. Ele evitou
dar conselhos a Lula, que deixará o cargo em menos de 30 dias. Mas,
citou sua experiência como ex-presidente assim que deixou o posto. "O
Lula me deu tantos conselhos que acho melhor não dar nenhum. Não quero
me meter a ser conselheiro do rei e nem do antigo rei, não é meu papel",
afirmou.
O tucano contou que, assim que deixou a Presidência,
viajou com sua mulher Ruth Cardoso para a Europa. "Sem assessor, sem
seguranças e sem automóvel, sem nada. Você agora é um cidadão como os
outros", disse. Segundo ele, existem vantagens em deixar o Palácio do
Planalto e 'descer à planície". "Agora, estou mais livre, tenho a
possibilidade de andar sem gravata entre o pessoal engravatado, o que
deixa muito feliz", afirmou. "O Lula também anda sem gravata, é verdade.
Quem sabe agora, ele use fraque", ironizou.
Cargos
Sobre
os nomes dos ministeriáveis da equipe de Dilma Rousseff, FHC afirmou
não ver nenhuma surpresa. "Não me parece um governo agressivo e acho até
melhor que seja assim, por enquanto é a copa e a cozinha. Vamos
esperar." Em relação às negociações do novo governo para acomodar os
partidos aliados, o ex-presidente afirmou considerar as articulações
normais, mas questionou os reais objetivos.
"O importante não é
isso, importante é: qual é o programa, para onde é que a gente vai.
Quando nos aliamos com alguém, ou é pra fazer alguma coisa e levar
outras adiante, ou é só distribuição de cargos. Se for só distribuição
de cargos, é algo que só interessa aos que vão recebê-los e não ao povo.
Se for para ajudar o País, é disso que precisa."
A respeito da
refundação do PSDB, ele disse não acreditar na possibilidade de refundar
a legenda. "Não é questão de refundação, tem de revitalizar. Todos os
partidos, depois de vários anos e tantas lutas, têm que pensar um pouco
no que fez, para onde vai, quem são e qual é o futuro. Acho positivo",
afirmou. "Agora, refundar, fundar de novo, não é possível. Já está
fundado. E um partido dá um trabalho que vocês não imaginam. Fazer
outro? Deus me livre."
Fonte: Agência Estado
Ele foi o melhor presidente da História ,tem que dar conselho para Dilma mesmo repetir o governo dele para o desespero dos Tucanos
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