Peças publicitárias para marcar fecho da era Lula na Presidência estão sendo divulgadas em 325 veículos
A campanha publicitária de "despedida" do presidente
Lula da Presidência custou R$ 20 milhões. Com um novo slogan "Estamos
vivendo o Brasil de todos", a propaganda em rádio, TV, jornais e
revistas fala sobre o crescimento econômico dos últimos anos e ressalta
números sobre redução da desigualdade social.
As peças publicitárias começaram a ser exibidas em dezembro e, de
acordo com a Secretaria de Comunicação da Presidência (Secom), estão
sendo divulgadas em 325 veículos de comunicação pelo País.
"Comida na mesa, carteira assinada, crianças na escola, vida no rumo.
Estamos vivendo o Brasil de todos", diz uma das duas propagandas
veiculadas em revistas. Na outra peça, o texto diz: "Está no número,
está no dia a dia dos brasileiros. Estamos vivendo o Brasil de todos."
Segundo a Secom, o novo slogan "Estamos vivendo um Brasil de todos" é
uma "evolução do conceito" anterior "Estamos vivendo um novo Brasil". A
campanha foi feita pelas agências Propeg e Matisse, duas das três que
detêm a conta da secretaria.
A verba para publicidade institucional da Presidência, que tem como
objetivo divulgar ações e projetos do governo federal, foi orçada em R$
167 milhões neste ano. Segundo o sistema de execução orçamentária das
contas do governo federal, até agora já foram empenhados (comprometidos)
R$ 165 milhões. Em todo o ano passado, foram usados cerca de R$ 159
milhões com esse mesmo tipo de propaganda. As peças publicitárias
pretendem fazer uma "revisão" sobre os atos do governo.
"Nestes últimos anos, nós brasileiros nos encontramos com nós
mesmos", começa a propaganda de um minuto na televisão. "Nos encontramos
com o respeito, com a dignidade, com os projetos de vida, com a força
que a gente tem e com a vontade de crescer. Nos reencontramos com nossos
sonhos, com a felicidade, com a esperança de um futuro melhor. E ele
será melhor, com certeza. Enfim, nós brasileiros nos reencontramos com o
Brasil", diz o locutor, enquanto aparecem imagens de pessoas se
abraçando.
No rádio, os spots dizem que a "maior riqueza" do País é o "seu
povo": "O nosso país se reencontrou com o seu povo e descobriu que essa é
sua maior riqueza. É por isso que o Brasil de hoje é melhor que o de
ontem. E movido pela força, pelos sonhos desse povo, a gente sabe que o
Brasil de amanhã será ainda melhor."
Gastos. Segundo dados da Secom, foi gasto, até a
primeira semana de dezembro, R$ 1,1 bilhão com propaganda em mídia da
administração direta e indireta do governo federal - no ano passado foi
R$ 1,6 bilhão. O total não inclui publicidade legal (divulgação de
balanços), gastos com produção de comerciais e eventos.
A maior parte dos recursos foi destinada às emissoras de televisão
(R$ 707 milhões). Depois vieram os jornais (R$ 100 milhões), as rádios
(R$ 99 milhões) e as revistas (R$ 82 milhões). O Ministério da Saúde foi
a pasta que, até agora, usou mais recursos: R$ 137 milhões, seguido
pelo Ministério das Cidades, R$ 60 milhões.
Os órgãos que apresentaram maior crescimento com veiculação de
propaganda em relação a 2009 foram o Ministério da Justiça, que até
agora praticamente dobrou os custos, chegando a R$ 8,4 milhões, e a
Embratur, cujos gastos passaram de R$ 8,2 milhões para R$ 16,1 milhões.
Procurada pelo Estado, a Secom alegou que, nesta semana, divulgará
balanço sobre investimentos em publicidade e, por isso, não comentaria
os gastos na área.
Fonte: Julia Duailibi - Estadao.com.br
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