Caminhos para o desenvolvimento - Artigo de Andrea Matarazzo


Ao longo das margens do Rio Tietê, as regiões hoje ocupadas pelo bairros de Ermelino Matarazzo e São Miguel Paulista faziam parte da trilha dos bandeirantes, que vinha do litoral em direção ao noroeste de São Paulo. Esse espírito de pioneirismo marcou a região que, na época do desenvolvimento do estado, também passou a ser sede de muitas fábricas.  Na década de 1920, caminhos foram abertos de outra forma com a chegada da estação ferroviária Comendador Ermelino Matarazzo. Foi quando as Indústrias Matarazzo e Cisper instalaram ali suas fábricas e as áreas ao redor da estação começaram a ser  transformadas em vilas, como o Jardim Belém.

Antonio Batuíra Pereira, o "Noca", tem na memória a história do bairro que os livros não contam. "Ermelino se formou em torno das fábricas Matarazzo. Mesmo para quem não trabalhava ali, as fábricas eram presença constante, como paisagem para os que pegavam o trem, com o cheiro que saía às 16h30 da chaminé das fábricas ou pelos apitos que avisavam a hora."

Nos anos  de 1960, as vilas tranquilas foram se adaptando para atender o aumento populacional. O resultado foi um progresso desorganizado, que afeta até hoje a região, trazendo problemas de moradias irregulares, enchentes e altos índices de violência. Mesmo   carente, Ermelino Matarazzo tem grande potencial de crescimento, pela proximidade com o Aeroporto  de Cumbica e a Rodovia Ayrton Senna. Outro destaque é o Parque Ecológico do Tietê, que tem trilhas, campos de futebol, playground  e centro cultural.  Recentemente, foi aberto mais um caminho: a USP Leste, inaugurada em 2005, com dez cursos e  5 mil alunos. O bairro também conta com unidades da Etec e da Fatec, aliando ensino técnico e graduação tecnológica.

Com a crescente infraestrutura, Ermelino Matarazzo tem tudo para se tornar um dos grandes polos de desenvolvimento da cidade.

Andrea Matarazzo é secretário estadual de Cultura de São Paulo.

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