Tucanos
têm dificuldades para encontrar um nome para assumir a pasta no governo
Alckmin e querem guardar a vaga para o ex-governador
Diante
da dificuldade do governador eleito de São Paulo, Geraldo Alckmin
(PSDB), em encontrar um nome para assumir a pasta da Saúde no Estado a
partir de 1º de janeiro do ano que vem, surgiu uma ideia entre os
tucanos paulistas: guardar a vaga para José Serra.
Se a
estratégia der certo, o candidato derrotado do PSDB a presidente,
ex-ministro da Saúde da gestão Fernando Henrique Cardoso no Palácio do
Planalto (1995-2002), poderá assumir o posto somente no final do
primeiro semestre do ano que vem para, então, começar a trabalhar sua
candidatura à prefeitura de São Paulo ou para permanecer no cargo até
2014, quando terá a opção eleitoral de concorrer ao Senado, à
Presidência ou até mesmo ao governo paulista, a depender do xadrez
político e eleitoral de seu partido.
A missão de
esquentar a cadeira para Serra à frente da secretaria da Saúde caberia a
Nilson Ferraz Paschoa, que era o adjunto de Luiz Roberto Barradas
Barata, morto em julho deste ano, e atualmente no comando da pasta.
Serra está em férias na Europa e ainda não foi consultado sobre a ideia,
tratada sob sigilo absoluto no PSDB-SP para não "melindrar" o
ex-governador e candidato derrotado à Presidência.
Segundo
um dos arquitetos da estratégia, que conta com o aval de Alckmin, o
primeiro semestre do ano que vem seria o prazo ideal para Serra "esfriar
a cabeça, elaborar o revés nas urnas e aceitar trabalhar pelo PSDB e
pelo povo paulista". No início de 2009, Serra, então à frente do Estado,
convidou Alckmin, derrotado na disputa pela prefeitura de São Paulo,
para assumir a Secretaria de Desenvolvimento, pasta que o governador
eleito comandou até março deste ano.
Até agora, Alckmin
não tem um nome para assumir a Saúde, área prioritária de qualquer
governo. A primeira opção do governador eleito era o prefeito de
Piracicaba (SP), Barjas Negri, ex-auxiliar de Serra no Ministério da
Saúde, mas a ideia foi colocada de lado porque o nome dele foi citado no
escândalo dos sanguessugas, em 2006.
Conforme o
diagnóstico da equipe de transição de Alckmin, os maiores problemas a
serem enfrentados na Saúde em São Paulo serão de gestão e aplicação de
recursos. O governador eleito é contra a recriação da CPMF, o imposto do
cheque que ajudava a custear o setor, mas admite que os recursos para o
custeio do sistema paulista serão escassos. Serra, economista,
ex-ministro do Planejamento, ex-prefeito e ex-governador, seria o gestor
ideal para a área, na visão dos tucanos paulistas. O Orçamento geral do
Estado para 2011 é de 141 milhões.
Consultado por ÉPOCA,
um fiel colaborador de Serra disse ver poucas possibilidades de ele
aceitar a proposta, caso ela venha a ser formulada, mas ressaltou que o
ex-governador tem "especial carinho pela área da Saúde e entende que
trabalhar pelo povo é uma missão" na vida dele.
Fonte: Alberto Bombig - Revista Época
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