O governador eleito de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), deve
anunciar na próxima semana novos integrantes de seu secretariado.
Interlocutores do governador eleito informam que o perfil dos novos
nomes deve diferir dos que foram divulgados na última terça-feira (16). O
primeiro anúncio teve como intuito, segundo eles, acalmar membros do
atual governo, dando mostras de que a nova gestão terá mudanças, mas não
será de ruptura. Com o recado dado, Alckmin indicará seus "escudeiros",
ou seja, tucanos que lhe foram fiéis nas campanhas derrotadas de 2006
(Presidência da República) e de 2008 (Prefeitura de São Paulo). A
indicação desses nomes deve ser feita de forma gradual, evitando
divergências com a atual gestão.
Nesta semana, em evento na capital paulista, Alckmin anunciou o
deputado estadual Sidney Beraldo (PSDB-SP) para o cargo do secretário da
Casa Civil, o coronel Admir Gervásio Moreira para a Secretaria da Casa
Militar, o médico Giovanni Guido Cerri para a Secretaria Estadual de
Saúde e a permanência da atual secretária Lina Mara Rizzo Batisttella
para a pasta dos Direitos da Pessoa com Deficiência.
Com
exceção do coronel Moreira, os demais secretários fizeram de alguma
forma parte da gestão do ex-governador José Serra (PSDB), tendo sido
indicados pelo tucano a secretarias ou a postos de destaque. A partir de
agora, Alckmin deve anunciar nomes que façam parte do seu círculo de
aliados, reforçando o caráter político das indicações. Os deputados
tucanos Edson Aparecido, Sílvio Torres e Julio Semeghini devem ser
alguns dos escolhidos.
Alguns interlocutores do governador eleito informam que ele não
pretende repetir o quadro bastante técnico que conferiu ao seu
secretariado em 2002, quando pelo menos nove dos indicados não possuíam
militância política. A intenção de Alckmin seria contar com uma equipe
mais ativa e coesa, que atue menos nos gabinetes e mais nas ruas. De
acordo com um dos aliado, o governador eleito deseja um quadro mais
comprometido com a administração pública, que tenha empenho para
trabalhar em "jornada dupla", aumentando assim os canais de comunicação
entre o governo e a sociedade. É nesse sentido que o gabinete de
transição tem estudado um projeto criado na gestão do ex-governador de
deslocar a estrutura administrativa para o centro da cidade, mais
especificamente ao prédio onde se reúne a equipe de transição, na Rua Boa Vista.
De acordo com tucanos, o esforço em aproximar a máquina pública da
população é um dos desafios que o PSDB não conseguiu superar nos 16 anos
no comando do Palácio dos Bandeirantes. A iniciativa, segundo tucanos,
torna-se cada vez mais necessária em decorrência do avanço do PT em São
Paulo, que nas últimas eleições aumentou o número de deputados estaduais
eleitos, de 20 para 24 parlamentares, tornando-se a maior bancada da
Assembleia Legislativa.
Fonte: Agêncua Estado
Comentários
Postar um comentário