A equipe que assessora o gabinete de transição montado ao redor de Dilma Rousseff conta, por ora, com 20 pessoas.
Gente indicada sob Dilma e nomeada pela Casa Civil de Lula. Os salários correm por conta da Viúva. Tudo previsto em lei.
Deve-se
aos repórteres Breno Costa e Rubens Valente a descoberta de duas
nomeações inusitadas. Constam de notícias veiculadas na Folha.
Numa,
foi ao Diário Oficial o nome de Christiane Araújo de Oliveira. Ela é ré
num processo que tramita na Justiça Federal de Alagoas desde 2008.
O
Ministério Público acusa Christiane de participação no escândalo dos
sanguessugas –a máfia que inflava o valor de ambulâncias e distribuía
propinas a congressistas.
Noutra nomeação, empurrou-se para dentro da equipe transitória de Dilma uma cabeleireira gaúcha: Márcia Westphalen.
Até o ano passado, ela dava expediente num salão de beleza em Porto Alegre. Até ontem, mantinha na web um blog sobre o ofício.
Depois
que Márcia foi alcançada pela reportagem, o blog dela saiu do ar. Com o
sítio, sumiram as lições da autora sobre "cabelos, tendências e dicas
de visual".
Advogada
de formação, a ré Christiane exercerá, segundo informa o gabinete de
Dilma, uma atribuição singela: “atender telefonemas e anotar recados”.
Pelo serviço, receberá do erário R$ 2.600 mensais até janeiro. Ouvida, Christiane disse que não sabia qual seria sua função.
Ela associa a nomeação ao apoio que seu pai, um pastor evangélico, deu à campanha de Dilma.
E
quanto ao processo dos sanguessugas? Christiane diz que traz a
“consciência tranquila”. Acrescenta: “Não fui condenada em nada”.
A cabeleireira Márcia teve melhor sorte. Receberá salário mais generoso que o de Christiane: R$ 6.800.
O gabinete de Dilma esclarece que, também formada em Direito, Márica foi escolhida “pelo currículo”.
Diz-se que exercerá na transição a mesma função que desempenhou no comitê de campanha. Qual? Secretária trilingue.
Ouvida, Márcia contou que, na campanha de Dilma, sua função era outra: “apoio de produção”.
No
time da transição, não sabe ainda o que fará. Ela se apressa em negar,
porém, que vá exercer atividades relacionadas ao couro cabeludo.
É no mínimo curioso que ambas as nomeadas tenham declarado que desconheciam as funções para as quais foram nomeadas.
Por
sorte, esse tipo de aviso é desnecessário nos casos de nomeação de
ministros. Cada pasta traz na logomarca nomes autoexplicativos.
Fonte: Josias de Souza -folha.com
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