Promotor afirmou que o dinheiro de corrupção se destinava a contas pessoais de políticos e também para abastecer campanhas eleitorais do PT
Começou há pouco, no Fórum de Itapecerica da Serra, na
Grande São Paulo, o julgamento de Marcos Roberto Bispo dos Santos,
acusado de ter participado do sequestro e assassinato do prefeito de
Santo André, no Grande ABC (SP), Celso Daniel, crime ocorrido em janeiro
de 2002. Segundo o promotor de Justiça Francisco Cembranelli, que faz a
acusação, Daniel foi eliminado por um grupo criminosos que agiu "por
encomenda" de corruptos que desviavam recursos da prefeitura. O promotor
afirmou, pouco antes do julgamento ter início, que o dinheiro de
corrupção se destinava a contas pessoais de políticos e também para
abastecer campanhas eleitorais do PT, até mesmo a da primeira eleição do
presidente Luiz Inácio Lula da Silva naquele ano.
O banco dos réus está vazio. Santos não compareceu. Ele está com a
prisão preventiva decretada desde sexta-feira (12) porque não foi
localizado em seu endereço para receber a intimação do júri. O corpo de
sentença é formado por cinco mulheres e dois homens, sorteados no início
dos trabalhos. Também não há testemunhas, nem de acusação, nem de
defesa. O julgamento de Santos é o primeiro do caso Celso Daniel.
Outros seis acusados deverão ser julgados, mas ainda não há data
marcada porque todos recorreram ao Tribunal de Justiça (TJ-SP). Neste
momento, Cembranelli dá início aos debates. Ele pede pena mínima de 12
anos e máxima de 30 de prisão para o réu, denunciado por homicídio
triplamente qualificado. A defesa, a cargo do advogado Adriano Marreiro
dos Santos, nega a participação de Bispo dos Santos no crime.
Fonte: Fausto Macedo - O Estado de S.Paulo
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