Dilma e Erenice não precisarão explicar ao Senado denúncias de tráfico de influência na Casa Civil


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As ex-ministras da Casa Civil Dilma Rousseff e Erenice Guerra não precisarão comparecer ao Senado para esclarecer denúncias de tráfico de influência na Casa Civil. Os requerimentos convidando as duas para explicar as denúncias publicadas pela imprensa não foram acatados na reunião da Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) desta quarta-feira (17).
Quando o convite à Erenice foi rejeitado pela comissão, o segundo, endereçado à presidente eleita, foi retirado pelo autor dos dois requerimentos, senador Alvaro Dias (PSDB-PR), porque ele constatou que o pedido teria o mesmo destino.
- Não há nenhuma razão para manter esse requerimento, pois não há possibilidade de sucesso - afirmou Alvaro Dias, após ver o convite à Erenice ser rejeitado.
Segundo o parlamentar pelo Paraná, o objetivo do Senado, ao pedir esclarecimentos às duas sobre o tráfico de influência na Casa Civil, era propor transparência ao governo e oferecer à população a oportunidade de acompanhar os fatos, além de cobrar o cumprimento da investigação encabeçada pela Polícia Federal e pelo Ministério Público.
- Quando encaminhamos os requerimentos, estávamos em plena campanha eleitoral. Muitos imaginaram que o nosso objetivo era eleitoral, mas não era. Tanto é que insistimos no convite porque é oportuno, já que valoriza o Senado. Não podemos ficar calados diante de denúncias de tamanha gravidade - explicou Álvaro Dias.
O senador explicou que o convite à presidente eleita também era necessário porque supostamente a corrupção teria começado na sua gestão como ministra da Casa Civil.

Contrário
Contrário ao convite, o líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), lembrou que Erenice Guerra já foi demitida, e as denúncias de tráfico de influência já estão sendo investigadas pela Polícia Federal e pelo Ministério Público.
- Trazê-las seria apenas uma tentativa de criar um fato político - argumentou Jucá.
Para Aloizio Mercadante (PT-SP), não cabe mais à CCJ discutir esse assunto "já ultrapassado".
- Se as instituições republicanas não estivessem agindo com presteza, aí sim justificaria a vinda delas. Mas hoje teria apenas o sabor de revanche - assinalou Mercadante.
Para Antonio Carlos Júnior (DEM-BA), contudo, as duas ex-ministrasdeveriam comparecer ao Senado para as explicações necessárias:
- O DEM e o PSDB são favoráveis à vinda porque os esclarecimentos ainda não foram feitos e não sabemos se isso vai ficar devidamente claro para a sociedade - explicou Antonio Carlos.

Fonte: Valéria Castanho - Agência Senado

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