'Supersecretaria' cuidará das 3 regiões metropolitanas, que detêm cerca de 60% da população paulista e cuja periferia concentra eleitores do PT
Vitrine da oposição à presidente eleita Dilma Rousseff
(PT), o governo de São Paulo sob Geraldo Alckmin (PSDB) terá um órgão
administrativo para as três regiões metropolitanas do Estado - Baixada
Santista, Grande São Paulo e Grande Campinas. Elas concentram cerca de
60% da população paulista e têm em seus pontos periféricos alta
densidade de voto petista.
Os tucanos pretendem, com a melhora na gestão metropolitana, atacar
problemas estruturais das regiões e, em paralelo, reverter um histórico
quadro eleitoral negativo. Neste ano a escrita de vitória do PT foi
mantida na zonas mais afastadas das metrópoles. Dilma venceu o
ex-governador José Serra (PSDB) em ambos os turnos na maioria dos
municípios que compõem essas áreas.
Na Baixada Santista, a petista obteve maioria em Cubatão, São Vicente
e Guarujá. Na Grande São Paulo, Dilma bateu Serra no chamado cinturão
vermelho, que tem São Bernardo do Campo, Diadema, Mauá, Cotia, Embu,
Ferraz de Vasconcelos e Carapicuíba, entre outros municípios da região.
Na região metropolitana de Campinas, o voto petista concentrou-se em
um cordão de cidades que começa ao sul em Monte Mor, passa por Santa
Bárbara d"Oeste e chega a Cosmópolis, ao norte.
Para marcar presença do governo paulista nessas regiões, a equipe de
transição concentra-se em definir qual é a formatação ideal para o novo
órgão. Alckmin nega que a estrutura final vá atingir o status de uma
"supersecretaria", mas as características do trabalho elevam o patamar
estratégico do nome - ainda não definido - que vai assumir essa tarefa.
Hipóteses. Para o governador eleito, "o mais provável" é que o órgão
venha a ser a Secretaria de Gestão e Desenvolvimento Metropolitano. A
criação da pasta é uma de suas promessas de campanha e foi cogitada pela
primeira vez quando o tucano estava prestes a realizar incursões no ABC
paulista.
Naquele momento eleitoral, Alckmin tentava conter o avanço do PT de
"fora para dentro" da capital paulista e estancar possível crescimento
de seu então rival petista Aloizio Mercadante.
"O mundo moderno é metropolitano", justifica Alckmin. "São enormes
desafios de mobilidade, de saneamento. Por isso integrar as políticas
públicas de habitação, urbanismo, transporte."
No entanto, não estão descartadas outras duas hipóteses pensadas pelo
governador eleito, que ainda passam pelo crivo da equipe de transição. A
primeira é a criação de um órgão dentro da Secretaria de Planejamento
para traçar metas para as regiões metropolitanas. A segunda hipótese é a
formação de um comitê e uma secretaria executiva, em que todos os
prefeitos participariam diretamente da elaboração de políticas públicas
em favor de suas regiões. Independentemente da opção tomada pela
transição paulista, o certo é que o tucano precisará de um "homem forte"
para cumprir a missão.
Fonte: Roberto Almeida - O Estado de S.Paulo
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