Alckmin já sinaliza mudanças na educação


O governador eleito de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), pediu à equipe de transição prioridade na análise de projetos que quer transformar em marcas de sua gestão.
Estão na lista de Alckmin desde propostas alardeadas por ele durante a campanha até pontos vulneráveis da administração, que alimentaram o discurso de seus adversários nas eleições.
Na cúpula da equipe de transição, por exemplo, é consenso que o governador fará modificações na política educacional do Estado. O formato da progressão continuada deverá ser revisto, e a universalização do ensino fundamental será uma meta.
A qualidade do ensino estadual foi criticada durante a campanha. Por isso, Alckmin estaria "decidido" a elevar os índices de avaliação dos alunos de escolas públicas.
Já na cota das grandes promessas de sua campanha, o Via Rápida para o Emprego deve ganhar dotação específica no Orçamento de 2011.
O programa irá oferecer cursos rápidos de qualificação profissional para áreas que sofrem com falta de mão de obra especializada, como a construção civil.
Para isso, será necessário fazer ajustes no Orçamento de 2011, em tramitação na Assembleia Legislativa. A missão de modificá-lo caberá ao deputado estadual Bruno Covas (PSDB), relator da peça e aliado de Alckmin.
 
NOVA PASTA
Grande novidade do próximo governo, a Secretaria de Gestão Metropolitana está em fase final de elaboração.
A pasta será criada por Alckmin para coordenar políticas municipais e estaduais de saneamento, transporte e habitação e terá foco nas três regiões metropolitanas do Estado: Baixada Santista, Campinas e Grande SP.
Elas somam 67 municípios, são responsáveis por cerca de 70% do PIB de São Paulo e 80% da população.
Segundo aliados, deverá prevalecer o formato que prevê a criação da secretaria e a nomeação de um comitê intersecretarial, responsável por pensar e coordenar a execução das políticas públicas.
Entre os nomes que circulam como candidatos a chefiar essa nova pasta estão notórios aliados de Alckmin: os deputados federais José Aníbal, Edson Aparecido e Emanuel Fernandes, todos do PSDB.
Para outra área estratégica, a Segurança, Alckmin sinalizou a aliados que trabalhará para pacificar as relações entre as polícias Civil e Militar. As duas corporações se confrontaram em 2008, durante o governo de José Serra, e a reconstrução da relação será prioridade.
Há, por exemplo, uma avaliação de que as equipes de inteligência das polícias Civil e Militar poderiam atuar de forma mais integrada.
Também pela disposição em promover esse trabalho passará a decisão sobre o nome que chefiará a pasta, hoje um problema para o governador eleito.
Chegou à imprensa a versão de que a cabeça do atual titular, Antonio Ferreira Pinto, estaria a prêmio. Aliados de Alckmin atribuíram ao secretário a divulgação de que haveria um lobby para que ele saísse da chefia da pasta.
O governador eleito teria se sentido pressionado. Segundo pessoas próximas, o tucano entendeu que, se deixar Ferreira Pinto no cargo, passará a impressão de ter cedido a apelos feitos via imprensa. Se substituí-lo, no entanto, terá que lidar com rumores de que cedeu ao lobby contra o secretário.
Na próxima semana Alckmin deverá liberar a segunda lista de nomes que ocuparão o novo governo estadual. Há ainda previsão de uma terceira leva de anúncios, em dezembro, com os últimos nomes da nova gestão.
O tucano deverá reservar para este último comunicado pastas em que ainda encontra problemas, como Educação, Segurança e Fazenda.
Até hoje, quatro secretários foram apresentados: Sidney Beraldo (Casa Civil), Admir Gervásio (Casa Militar), Giovanni Cerri (Saúde) e Linamara Battistella (Direitos da Pessoa com Deficiência). 

Fonte: DANIELA LIMA - Folha.com

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