Seis partidos, que contarão com 22 deputados estaduais em São Paulo, são
cobiçados hoje tanto pelo governador eleito, Geraldo Alckmin (PSDB),
quanto pela oposição, capitaneada pelo PT no Estado.
A depender do posicionamento de seus parlamentares, PV, PSB, PDT, PMDB,
PR e PRB podem dar a Alckmin a maioria folgada na Assembleia, ou ao PT a
possibilidade de instalar investigações, esperada há anos.
Com a eleição de 28 aliados, o PT pressionará legendas que integram a
base do governo federal pelo apoio de pelo menos mais quatro
parlamentares. São necessárias 32 assinaturas para instalar uma CPI
(Comissão Parlamentar de Inquérito).
PDT e PSB devem aderir ao governo Alckmin mas, hoje, sinalizam que o
apoio está condicionado à nomeação de cargos na administração estadual. O
presidente estadual do PDT, Paulinho da Força, foi procurado pela
equipe de Alckmin e mostrou interesse em fazer acordo.
"A relação com o Alckmin é boa. Mas a participação no governo seria importante para convencer a direção nacional do partido."
Paulinho vê possibilidade de algum ruído com o presidente nacional da
sigla, Carlos Lupi, aliado do PT e ministro do governo federal, mas diz
que isso não inviabilizaria uma aliança com os tucanos.
O PSB, aliado ao PT na esfera nacional, mas parceiro histórico dos
tucanos em São Paulo, sinalizou de forma semelhante, mas líderes da
legenda aguardam o presidente estadual da sigla, Márcio França, para
definir posição.
Com a terceira maior bancada eleita, o PV, tradicional aliado dos
tucanos no Estado, quer a Secretaria de Meio Ambiente e o
comprometimento público do PSDB com uma agenda de 21 itens para seguir
coligado.
O PMDB é alinhado ao PSDB em São Paulo, mas o partido é presidido
nacionalmente por Michel Temer, vice-presidente eleito ao lado de Dilma
Rousseff (PT).
Temer usará sua influência para tentar segurar o apoio a Alckmin. O
tamanho da pressão que será exercida sobre os peemedebista do Estado
passará pela manutenção do ministro Wagner Rossi na pasta da
Agricultura, por exemplo.
O PRB, do vice-presidente José Alencar e do senador Marcelo Crivella
(RJ), permanecerá com dois deputados. Um deles, Gilmaci Santos,
presidente estadual da legenda, diz ainda não ter conversado com a
equipe de transição, mas afirma crer na continuidade da aliança com os
tucanos.
Fonte: DANIELA LIMA e
FERNANDO GALLO - folha.com
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