O segundo turno trouxe vantagens a José Serra e
problemas a Dilma Rousseff, o que explica o abatimento da candidata e o
clima de prostração na sua base, conforme admitiu o presidente do PT,
José Eduardo Dutra. Do lado tucano, o resultado abriu a campanha aos
políticos liderados pelos vitoriosos no primeiro turno, como Aécio
Neves, Aloysio Nunes e Jorge Bornhausen - este apontado como um dos
fatores da eleição do governador do DEM Raimundo Colombo, em Santa
Catarina, onde Lula pediu ao eleitor que "extirpasse" o partido.
O PT luta para levantar o ânimo, mobilizando governadores e
estimulando a militância. Mas também já vive o clima de disputa interna
com o PMDB que cobra sua exclusão nas decisões de campanha e se vê
obrigado a conviver com Ciro Gomes que classificou o partido como "um
ajuntamento de assaltantes", chefiados por Michel Temer, o vice da
aliança governista.
O que concentra mais a atenção do PSDB agora não é o debate sobre o
aborto ou a conquista de Marina Silva, embora sejam importantes, mas os
acordos internos, como o compromisso de Serra de não disputar a
reeleição, abrindo caminho para Aécio Neves e Geraldo Alckmin em 2014.
Ambos têm força para dar a vitória a Serra em seus colégios
eleitorais nos índices idealizados pelo tucano para o primeiro turno,
quando a popularidade de Lula impôs um engajamento menor. O cenário
indica que Minas já divide com São Paulo o poder político no PSDB.
Fonte: JOÃO BOSCO RABELLO - O Estado de S.Paulo
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