Em edição publicada na quinta-feira (7), a revista britânica The Economist
afirma que a ida de Dilma Rousseff (PT) ao segundo turno da disputa
presidencial mostra que o poder de Lula em transformá-la numa "rainha"
tem limites. No entanto, a revista prevê que, "no fim, é provável que
ele (Lula) vença".
A Economist atribui o segundo turno ao "impressionante"
desempenho da candidata do PV à presidência, Marina Silva, e diz que os
19% dos votos que ela obteve a tornam a "terceira colocada mais bem
sucedida em todas as seis corridas presidenciais após a ditadura".
A revista cita a repercussão que houve na Europa por uma "uma
candidata verde ganhar um quinto dos votos presidenciais", mas pondera
que muitos eleitores optaram por Marina não por suas posições sobre o
meio-ambiente, mas sim por sua crença evangélica e por sua "serenidade",
que teria agradado aos que buscavam "uma alternativa aos pouco
carismáticos líderes da disputa".
A reportagem diz que a transferência de votos de Dilma a Marina
na última hora pode ter sido causada por uma polêmica sobre as leis
brasileiras sobre aborto. "A sra. Rousseff tentou contornar suas falas
anteriores em favor da escolha (da mulher) ao dizer que ela era
'pessoalmente' contra o aborto, mas alguns bispos católicos e pastores
evangélicos aconselharam os seus rebanhos a votar em outros
(candidatos)", diz a revista.
Apesar do crescimento de Marina, a Economist afirma que o
apoio da ex-candidata no segundo turno pode não fazer muita diferença,
argumentando que quem vota em terceiros colocados tende a decidir o voto
de forma independente.
Novo líder
Antecipando os desdobramentos da derrota que prevê para o candidato tucano José Serra, a revista diz que o PSDB, ainda que continue a controlar São Paulo e Minas Gerais, terá de "encontrar um novo líder", citando o senador eleito e ex-governador de Minas Aécio Neves como o "provável candidato" do partido às próximas eleições presidenciais.
Antecipando os desdobramentos da derrota que prevê para o candidato tucano José Serra, a revista diz que o PSDB, ainda que continue a controlar São Paulo e Minas Gerais, terá de "encontrar um novo líder", citando o senador eleito e ex-governador de Minas Aécio Neves como o "provável candidato" do partido às próximas eleições presidenciais.
Em outro texto sobre as eleições brasileiras, a publicação
elogia o sucesso no uso das urnas eletrônicas, que fez com que "a
maioria dos resultados fosse anunciada antes do horário de dormir" no
dia da votação. No entanto, diz que "nenhuma tecnologia pode acelerar as
cortes do País", referindo-se à lentidão da Justiça em julgar os casos
de candidaturas impugnadas.
A revista cita o Pará, onde dois dos três líderes da corrida ao
Senado tiveram as candidaturas contestadas, e registra a vitória de
Tiririca, "um palhaço conhecido por um hit". Diz que ele ainda precisará
provar que sabe ler e escrever, mas que, mesmo que falhe, elegerá três
aliados, graças à lei eleitoral que faz com que candidatos bem votados
transfiram votos para colegas de alianças.
Fonte: Portal Terra
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