Dados de Alexandre Bourgeois, marido de Veronica Serra, foram vasculhados oito dias após os de sua mulher
O sigilo fiscal do empresário Alexandre
Bourgeois, genro do candidato à Presidência José Serra (PSDB), também
foi violado na Receita Federal. Os dados dele foram vasculhados no dia
16 de outubro do ano passado, oito dias depois da violação dos sigilos
de sua mulher, Verônica Serra, do vice-presidente do PSDB, Eduardo
Jorge, e de mais três tucanos.
As informações do genro de Serra foram acessadas três vezes a partir
do computador da servidora Adeildda Ferreira dos Santos. O sigilo fiscal
de Alexandre foi violado na agência da Receita em Mauá, mesmo palco dos
outros acessos ilegais. Verônica Serra ainda teve sua declaração de
renda violada no dia 30 de setembro por meio de uma procuração falsa.
O sigilo telefônico da servidora Adeildda será entregue ao Ministério Público Federal. Segundo informações obtidas pelo Estado,
a Justiça Federal já autorizou a quebra dos dados telefônicos da
funcionária do Sepro, acusada de envolvimento na violação dos dados
fiscais. A decisão da Justiça obriga três operadoras de telefonia
celular a entregar o histórico de ligações telefônicas da servidora
entre agosto e dezembro do ano passado.
A Polícia Federal e o Ministério Público Federal esperam que esses
dados contribuam para investigar o envolvimento da funcionária no
episódio. Partiu do computador dela, na agência da Receita em Mauá, a
violação dos dados fiscais, no dia 8 de outubro, de Eduardo Jorge e de
Luiz Carlos Mendonça de Barros, Ricardo Sérgio de Oliveira e Gregório
Preciado, todos vinculados ao alto escalão do PSDB. Na manhã daquele
mesmo dia, os dados de Verônica Serra, filha de José Serra, foram
acessados do mesmo computador, conforme revelou o Estado na segunda-feira, 6.
Adeildda nega ligação com o caso e diz que seu computador foi usado
por outras pessoas.A PF já analisa o computador da funcionária. Os dados
de Eduardo Jorge foram parar num dossiê que passou pelas mãos de
membros da campanha de Dilma Rousseff (PT) à Presidência. O episódio
derrubou o jornalista Luiz Lanzetta, que deixou em junho a campanha da
petista por ligação com o caso.
Fonte: Leandro Colon e Rui Nogueira - Estadao.com
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