
Se o resultado da corrida presidencial que Serra disputa fosse
resolvido pela atividade no Twitter, o tucano sairia vencedor. Em número
de seguidores, Marina Silva, do PV, arregimentou 240.000 contas, ante 234.000 de Dilma Rousseff, do PT, e 40.000 de Plínio de Arruda Sampaio,
do PSOL. Segundo medição do site independente TweetRank, o perfil do
tucano está entre os cinquenta mais seguidos do país: na frente dele, só
há celebridades do entretenimento, como Luciano Huck, Ivete Sangalo e
Rafinha Bastos, do programa CQC. Ou seja, nenhum político por perto. Já
outra ferramenta, o TwitterAnalyzer, aponta que algumas mensagens de
Serra podem ter o alcance invejável de 8 milhões de usuários –
considerando-se que os tweets do tucano são replicados por seus
seguidores e assim por diante, provocando uma propagação em cascata.
Mas o microblog não é apenas uma questão de números. Importam a
relevância do que se publica e a capacidade e disposição de interagir
com os pares da rede. Claudio Torres, consultor em marketing digital,
realizou um teste para avaliar em que medida os três presidenciáveis
chegaram ao Twitter para, de fato, interagir com outros perfis ou apenas
conferir a suas campanhas uma imagem moderninha. No início da campanha,
Torres disparou – por 16 horas – tweets aos postulantes ao Planalto em
intervalos de 15 minutos. O tucano foi o único a responder. Ele é
também campeão em seguir outros perfis, muitos de anônimos, aliás: são
mais de 5.000 usuários acompanhados pelo ex-governador.
Serra costuma dizer que só envia mensagens quando tem tempo de
interagir com os seguidores. Durante a disputa eleitoral, fala sobre
debates, ações de campanha e dá informações sobre agenda e plano de
governo. Suas adversárias diretas, vale lembrar, só chegaram à rede às
vésperas do embate presidencial. Marina expandiu sua atuação por meio de
"twittaços", ações coordenadas por sua assessoria que visam
especificamente atrair simpatizantes.
A candidata do PT utiliza a rede quase que exclusivamente
para falar sobre agenda e projetos. Sua conta também foi inflada por uma
potente assessoria. O Twitter, aliás, já rendeu uma saia-justa a Dilma:
no dia em que petista faltou a um debate de televisão por alegar agenda
cheia, uma mensagem foi postada em seu perfil no microblog. Justamente
no horário em que ela deveria estar na TV (ou no tal compromisso de
agenda)... Oh-oh. O ingênuo elogio a um vídeo da banda mineira Pato Fu
escancarou uma verdade de que já se suspeitava: Dilma não redigia as
próprias mensagens. O trabalho cabia à sua assessora, Helena Chagas.
Mais uma explicação para o sucesso de Serra na rede.
Fonte: Veja.com
Comentários
Postar um comentário