Aloysio herda os votos de Quércia


Na primeira pesquisa sem o nome de Orestes Quércia (PMDB) na eleição para o Senado, os números mostram que a tendência nesse momento é que o aliado Aloysio Nunes (PSDB) fique  com a maior parte dos  votos dados antes para o peemedebista. Apesar de ter subido somente um ponto em relação ao levantamento da semana passada, Aloysio tem o que comemorar. Quando o eleitor é informado que Quércia declarou seu apoio ao tucano, ele  salta para 25% e empata com Netinho (PC do B) em segundo lugar na corrida por uma das duas vagas ao Senado. Marta continua à frente  com 31% das intenções de votos nesse cenário.
"Isso demonstra que hoje os eleitores de Quércia tendem a migrar para Aloysio quando tomam conhecimento do endosso de Quércia", explica o consultor do Ipespe, Jairo Pimentel.

Quando  os nomes dos candidatos são lidos pelo entrevistador, apesar de Quércia não estar mais entre eles, Aloysio, que na pesquisa dos dias 8 e 9 de setembro tinha 17%, agora fica com 18%. Isso pode ser explicado porque 53% dos eleitores disseram não saber que o ex-governador agora pede votos para o tucano.  Marta mantém os 31%, mas em comparação com a semana passada perdeu três pontos. Netinho subiu um  e agora tem 28% dos votos.

"Na margem de erro tudo continua como antes, mas já é possível afirmar que a  Marta está em queda", avalia Pimentel.
Romeu Tuma (PTB), que continua hospitalizado, oscilou um ponto para cima e tem 13%.

A metodologia utilizada na pesquisa

A pesquisa DIÁRIO/Ipespe foi realizada por telefone em 14 e 15 de setembro. Foram entrevistados 1.600 eleitores - 600 na Capital e outros mil em cidades do interior do Estado de São Paulo.

Margem de erro

A margem de erro da pesquisa é de 3,2 pontos para mais ou para menos.

Registros
O levantamento foi registrado  no Tribunal Regional Eleitoral (TRE) e no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Análise
Renato Pompeu
, jornalista

Quércia, bom de transferir voto
Por enquanto, Orestes Quércia  está conseguindo transferir a maior parte de seus votos para Aloysio Nunes. Quércia vem sendo, ao lado de Paulo Maluf e agora do presidente Lula, um dos poucos políticos que conseguem transferir votos para um candidato que apoie. Foi assim  em 1968. Prefeito de Campinas, em 1972 elegeu seu sucessor, Lauro Péricles Gonçalves, e em 1976 ainda apoiou o candidato vitorioso, Francisco Amaral, sempre pelo MDB. Amaral porém, voltou-se depois contra Quércia, e foi de novo prefeito de Campinas em 1996, pelo PPB.

Quércia, concorrendo com Paulo Maluf, Antônio Ermírio de Moraes e Eduardo Suplicy,  foi eleito pelo PMDB governador de São Paulo.. E, em 1990, elegeu seu sucessor, Luiz Antônio Fleury Filho, seu secretário de Segurança Pública. Fleury, novato em eleições, ganhou contra os veteranos Paulo Maluf e Mário Covas. No entanto, Fleury depois deixou de seguir a liderança de Quércia, e, terminado o mandato de governador, se elegeu deputado federal pelo PTB.

Convém lembrar que Aloysio Nunes foi durante um tempo afilhado político de Quércia, em cujo governo estadual foi chefe da Casa Civil, e depois foi vice-governador de Fleury.

Fonte:  Diário de S. Paulo

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