José Serra escolheu Salvador, capital da Bahia de todos os Santos,
para formalizar a sua proposta de criação do Ministério da Segurança, no
final da tarde de ontem. Serra já é considerado “praticamente um baiano”
pelos muitos amigos locais. É a oitava vez que ele pisa na cidade onde a
sua candidatura presidencial foi oficializada. Foi também neste clima
“baianidade”, com as bênçãos de várias tias e tambores que fizeram
tremer as ladeiras do pelourinho, onde ele fez caminhada popular, que o
candidato da coligação “O Brasil Pode Mais” ironizou a candidata do PT.
Na ausência de projetos para o País, ela só faz copiar as suas propostas
nesta acirrada campanha que será decidida daqui a dois meses.
Serra pontuou ter feito em São Paulo os Ambulatórios Médicos de
Especialidades (AMEs), que realizam cerca de 15 mil consultas e 40 mil
exames laboratoriais e de imagem por mês. “Agora aparece uma candidata
dizendo que vai fazer policlínicas. Ela precisa ir a São Paulo ver como
funciona, como se faz acontecer”, afirmou. E prosseguiu: “Criei as
Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) quando era prefeito de São Paulo,
que o Cabral (governador Sérgio Cabral) copiou no Rio de Janeiro. Agora
aparece uma candidata dizendo que vai fazer o mesmo no Brasil como se
fosse uma novidade dela”, observou.
Serra acrescentou que o “plágio” ocorre também com outra plataforma
eleitoral sua: o Mãe Brasileira. A adversária do PT apresentou um tal de
Mãe Cegonha. A “cópia” mais recente da Dilma Rousseff apareceu no Rio
Grande do Sul, onde ela afirmou que vai implantar uma Força Nacional
Anti-Catástrofe para combater os estragos causados pelas enchentes no
Brasil, que arrasaram várias regiões, sobretudo Rio Grande do Sul e
Nordeste. “Acho ótimo que copiem o que a gente faz de bom. Mas é preciso
dar o crédito. Só peço que dêem o crédito à fonte: campanha do José
Serra, porque isso é muito importante, principalmente numa campanha
eleitoral”, ironizou, ao encerrar o discurso que contou com a
participação do seu candidato ao governo da Bahia, Paulo Souto, além dos
candidatos ao Senado José Carlos Aleluia e dos deputados Jutahy Júnior e
ACM Neto.
Serra chamou para si a responsabilidade de enfrentar com firmeza o
assustador aumento da criminalidade no País, em especial na Bahia,
concentrando esforços em sete pontos estratégicos, entre eles:
integração das polícias (forças armadas e civis e federal);
informatização total do setor, que permitirá, por exemplo, a criação de
um RG nacional e um controle nacional dos automóveis, impedindo que os
bandidos trafeguem impunemente de um estado para o outro sem serem pegos
e postos na cadeia. O candidato da coligação “O Brasil Pode Mais”
reiterou ainda que, eleito presidente, vai fechar o cerco nas fronteiras
com todos os países vizinhos, já que o Brasil, por deixar entrar tudo,
inclusive drogas e armamento, está cada vez mais fraco diante da
modernização do crime organizado. “O Brasil já o segundo país em consumo
de coca”, enfatizou.
Serra disse que vai investir no capital humano das polícias, com
cursos técnicos para garantir uma maior profissionalização deste
segmento, que está muito atrás da tecnologia do crime organizado. E
disse que atuará ainda na prevenção contra o crime, através da injeção
de recursos do governo federal na educação e nas atividades esportivas e
culturais das crianças e dos jovens das periferias brasileiras, para
tirá-los do caminho da sedução dos prazeres perigosos. “Esses pontos são
a razão de ser da minha proposta de criar o Ministério da Segurança,
que, ao lado da saúde, é o maior problema do país, basta perguntar na
rua a qualquer brasileiro”, destacou.
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