Investigação revela que Luiz Carlos Mendonça de Barros, Ricardo Sérgio de Oliveira e Gregório Marin Preciado também tiveram sigilos quebrados
Investigação interna da Receita Federal revela que
acessos suspeitos aos sigilos fiscais de adversários do PT foram além do
manuseio dos dados do vice-presidente do PSDB, Eduardo Jorge. Os
documentos mostram que, no mesmo dia, de um mesmo computador e em
sequência, servidores do Fisco abriram os dados sigilosos de Eduardo
Jorge e de mais três pessoas ligadas ao alto comando do PSDB. São elas:
Luiz Carlos Mendonça de Barros, Ricardo Sérgio de Oliveira e Gregório
Marin Preciado.
O Estado teve acesso a informações do processo
aberto pela Corregedoria da Receita para saber quem acessou e por que os
dados de Eduardo Jorge foram abertos em terminais da delegacia da
Receita Federal em Mauá (SP). Essas informações foram parar num dossiê
que teria sido montado por integrantes do comitê de campanha da
candidata à Presidência Dilma Rousseff (PT). A oposição acusa
funcionários do governo de violarem os sigilos fiscais de tucanos para
fabricar dossiês na campanha eleitoral.
Os dados da investigação revelam que as declarações de renda de
Eduardo Jorge e dos outros três tucanos foram acessadas do mesmo
computador, por uma única senha, entre 12h27 e 12h43 do dia 8 de outubro
do ano passado. O terminal usado foi a da servidora Adeilda Ferreira
Leão dos Santos. A senha era de Antonia Aparecida Rodrigues dos Santos
Neves Silva. Às 12h27, foi aberta a declaração de renda de 2009 de
Mendonça de Barros, ex-ministro das Comunicações do governo de Fernando
Henrique Cardoso. Três minutos depois, às 12h30, acessaram os dados do
empresário Gregorio Marin Preciado, casado com uma prima de José Serra.
Às 12h31, a declaração de Renda de Ricardo Sérgio foi aberta. Ele é
ex-diretor do Banco do Brasil no governo FHC. Às 12h43m41s daquele mesmo
dia, o mesmo terminal acessou a declaração de renda de 2009 de Eduardo
Jorge. Quatorze segundos depois, os dados referentes a 2008 foram
abertos por um servidor da Receita.
Os nomes dos tucanos foram destacados pela própria investigação da
Receita Federal, como "contribuintes que despertaram interesse na
apuração". O trabalho de apuração da Receita compreendeu os acessos
ocorridos naquela delegacia entre 3 de agosto e 7 de dezembro de 2010.
Em depoimento à corregedoria da Receita, as duas funcionárias negam
envolvimento na abertura desses dados. Dona da senha usada, Antonia
Aparecida alega que repassou o código a outras duas colegas e que não
sabe quem fez essas consultas.
Fonte: Leandro Colon e Rui Nogueira - O Estado de S.Paulo
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