Mônica Serra critica Dilma e diz que defesa de interlocução com as Farcs é 'absurda'



Em campanha em Luziânia, a 60 quilômetros de Brasília, a mulher do candidato à Presidência José Serra (PSDB), Mônica Serra, alfinetou o silêncio da primeira-dama Marisa Letícia no caso da iraniana Sakineh , condenada à morte por apedrejamento, e disse serem "absurdas" as declarações da candidata petista Dilma Rousseff, que em entrevista na segunda-feira ao "Jornal da Globo" defendeu a interlocução com as Forças Revolucionárias Colombianas (Farcs) depois de admitir que os terroristas são narcoguerrilheiros.
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Mônica disse que, ao defender a negociação com líderes das Farcs para procurar uma solução para o terrorismo, Dilma colocaria em um eventual governo o traficante Fernandinho Beira Mar na mesa de negociações para discutir com ele saídas para o crime organizado no Brasil.
" Nós não vamos dialogar com o crime organizado "

- Se essa é a proposta dela, defender a interlocução com as Farcs, amanhã em seu governo estaremos tratando com Fernandinho Beira Mar políticas para resolver o crime organizado no Brasil. Ele que vai dizer como vamos sair do crime organizado e da entrada das drogas e armas nas fronteiras? Fiquei pasma! Isso é o maior absurdo que já ouvi de uma pessoa que diz querer ser a mãe do Brasil. Nós não vamos dialogar com o crime organizado - criticou Mônica Serra.
A ex-primeira-dama de São Paulo também rebateu as declarações de Dilma, que afirmou, duas vezes, que o governo Lula negociou com o governo cubano para libertação de presos políticos "de forma discreta".
" Dilma diz muita coisa mas não diz como foi feito. Ela não sabe o que fala! "

- Isso é uma mentira. Dilma diz muita coisa mas não diz como foi feito. Ela não sabe o que fala! Agora entendo porque as pessoas que mandam nela não querem que ela vá aos debates. Não podem soltar a Dilma para sair falando sozinha, só o que o Lula, o Dirceu e o marqueteiro mandam ela falar - ela completou.
Em Luziânia, Mônica discursou para um grupo de cerca de 70 pessoas em frente ao comitê do senador Marconi Perillo, candidato ao governo de Goiás pelo PSDB. Em seguida, conversou por mais de uma hora com mães e irmãos dos adolescentes assassinados pelo psicopata Admar de Jesus e prometeu pesquisar com especialistas para subsidiar um projeto que proíba presos com esse perfil de se beneficiar com saídas da prisão.
No encontro, as mães, em prantos, rememoraram todo o calvário que viveram desde o desaparecimento dos filhos e pediram ajuda para fazer o inquérito andar, porque acreditam na participação de mais uma pessoa, além de Admar, que se suicidou na prisão em Goiânia. Benilde Santos, mãe de Eric Santos, de 16 anos morto por Admar, não acredita que o filho tenha caído na promessa de R$ 50 para descarregar um caminhão, sendo atraído pelo assassino.
- Tem alguma coisa errada! Meu filho não iria descarregar um caminhão. Ele só gostava de serviço mole - contou Benildes.
" De coração vou pedir pelo povo brasileiro, para que meu marido seja eleito porque a outra candidata é um perigo! "

- O Admar foi muito frio. Quando estava todo mundo procurando, ele encontrou com meu pai num boteco e perguntou como estava o casos dos meninos desaparecidos. Tomou duas cervejas e duas pingas com meu pai, e dois dias depois foi preso e mostrou onde estavam os corpos - contou Marcelo Luiz, irmão de Márcio, um dos sete mortos.
Depois do encontro com familiares dos mortos, Mônica visitou uma igreja barroca de 300 anos, o monumento mais antigo do estado de Goiás. Ao entrar na Igreja do Rosário, alertada que podia fazer um pedido por estar ali pela primeira vez, a esposa de Serra pediu:
- De coração vou pedir pelo povo brasileiro, para que meu marido seja eleito porque a outra candidata é um perigo! Quanto mais a conheço mais assustada eu fico.

Fonte: Maria Lima

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