O Estado de S.Paulo
O senador Jarbas Vasconcelos costumava ter um bom
relacionamento com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, também
pernambucano. Como deputado federal atuante na área dos direitos
humanos, foi o primeiro parlamentar a visitar Lula quando o então líder
sindical saiu da prisão, em 1978. Lembra-se do sobrado modesto em São
Bernardo, de Lula tapando um buraco no sofá com uma almofada, e da
barata que matou na parede.
O afastamento - "ruptura não houve" - aconteceu quando assumiu sua cadeira no Senado, em 2007.
"Eu me decepcionei muito no Senado", recorda. "Achei que funcionava melhor. No primeiro ano peguei o rolo do (senador) Renan (Calheiros, acusado de aceitar propina de uma empreiteira). Bati de frente. Não há constrangimento maior do que assistir às sessões do Senado olhando para (José) Sarney (presidente da Casa), como se nada tivesse acontecido", acrescenta, referindo-se às acusações de envolvimento em irregularidades. Renan e Sarney pertencem à fatia do PMDB que apoia o presidente Lula.
"Lula e o PT não inventaram a corrupção, mas ele foi conivente", afirma Jarbas. "Não sabe o dano que causou ao Brasil. As pessoas aqui no terceiro, quarto escalão, dizem: "Se lá em Brasília o PT está roubando, não vou fazer o mesmo aqui?"".
O afastamento - "ruptura não houve" - aconteceu quando assumiu sua cadeira no Senado, em 2007.
"Eu me decepcionei muito no Senado", recorda. "Achei que funcionava melhor. No primeiro ano peguei o rolo do (senador) Renan (Calheiros, acusado de aceitar propina de uma empreiteira). Bati de frente. Não há constrangimento maior do que assistir às sessões do Senado olhando para (José) Sarney (presidente da Casa), como se nada tivesse acontecido", acrescenta, referindo-se às acusações de envolvimento em irregularidades. Renan e Sarney pertencem à fatia do PMDB que apoia o presidente Lula.
"Lula e o PT não inventaram a corrupção, mas ele foi conivente", afirma Jarbas. "Não sabe o dano que causou ao Brasil. As pessoas aqui no terceiro, quarto escalão, dizem: "Se lá em Brasília o PT está roubando, não vou fazer o mesmo aqui?"".
Em contraste, Eduardo Campos, ex-ministro de Ciência e Tecnologia de
Lula, gaba-se da gratidão que o presidente tem por ele pelo apoio que
lhe deu durante o escândalo do mensalão, quando era líder do PSB na
Câmara.
A amizade traz dividendos. Numa pesquisa realizada pelo Datafolha no
fim do mês, 52% dos entrevistados disseram que votariam num candidato a
governador de Pernambuco indicado por Lula; outros 26% responderam
"talvez" e apenas 15%, "não". Dos cerca de 3 milhões de famílias de
Pernambuco, 1,1 milhão recebe o benefício do Bolsa-Família.
Ironia. Ironicamente, o primeiro cargo de Eduardo Campos foi o de
chefe de gabinete do secretário de governo de Jarbas, Fernando Correa,
no seu primeiro mandato de prefeito do Recife, em 1985 (embora isso não
conste de seu currículo no seu site de campanha).
Jarbas era aliado de Arraes, o avô de Eduardo, que governou o Estado
três vezes. O pivô da ruptura foi justamente Eduardo, conta Jarbas, por
causa de uma discordância em torno da formação de uma chapa para a
prefeitura do Recife, em 1988.
Arraes lançou Eduardo a prefeito, que ficou em quinto lugar. Jarbas se reelegeu no primeiro turno.
Em 1998, Jarbas desafiou Arraes, então candidato à reeleição, na disputa pelo governo de Pernambuco.
Ganhou por mais de 1 milhão de votos de diferença. A derrota
humilhante praticamente selou o fim da carreira de Arraes, que depois
teria só mais um mandato de deputado federal.
Agora, o senador Jarbas Vasconcelos teme que Eduardo pretenda vingar seu avô nas urnas.
COLABOROU ANGELA LACERDA
Caro Welbi,
ResponderExcluirComo Pernambucano, me orgulho de ser conterrâneo apenas de Jarbas. Lula e Eduardo me envergonham.
O referido pelo jornal é verdade.