Lugar de manifestação política sempre foi a rua. Mas, nesta campanha
eleitoral, as vias que formam a rede mundial de computadores estão sendo
invadidas por militantes.
Nesta terça-feira, 10, a disputa entre PSDB e PT não foi pelas praças
e avenidas das cidades, mas pelo primeiro lugar no trending topics do
Twitter – ferramenta que mede as palavras ou expressões mais citadas no
microblog em tempo real pelo mundo ou em determinado país.
Durante todo o dia, a expressão “Dilma Rousseff” esteve na lista do
trending topics no Brasil, assim como “CALA BOCA DILMA”. De um lado, o
nome da candidata do PT à Presidência é insuflado pela militância do
partido na rede, animada por Marcelo Branco – o coordenador da campanha
petista na internet. De outro, a expressão que dominou o Twitter na
época da Copa do Mundo – “CALA BOCA GALVÃO” – é adaptada contra Dilma e
propagandeada pela conta Rede Mobiliza, que cuida da campanha tucana na
web.
Em novo episódio dessa efêmera e frenética disputa eleitoral que tem
se travado diariamente no Twitter, os dois oponentes trocaram farpas
virtuais. Marcelo Branco acusou os tucanos de terem programado um
“script” – ferramenta de automação de funções – para que as mensagens
contra Dilma fossem retuitadas. Segundo Branco, é uma atitude amadora e
demonstra falta de “netiqueta” – neologismo para a etiqueta na internet.
O Rede Mobiliza respondeu de pronto, devolvendo as acusações de
amadorismo ao petista, que supostamente “escreve e depois apaga”. E em
seguida chamou Branco para debate:
Marcelo Branco então respondeu com provocação:
O Rede Mobiliza ainda retrucou ironizando a postura de Branco:
“Aparentemente a militância petista segue o exemplo da chefinha, não
gostam de um debate…”. E Branco, por sua vez, escreveu que preferia
“ignorar os trolls” – jargão internetês para, segundo a Wikipedia,
“pessoa cujo comportamento tende sistematicamente a desestabilizar uma
discussão”.
Entre bits e tweets, as tais novas mídias vão arquitetando suas
arenas políticas – resta saber como se encaminha o debate dentro delas.
FONTE: José Orenstein - Estadao.com
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