Tucano diz que não teria confiado em Ahmadinejad, acusado de perseguir e torturar oposicionistas, e fala da aproximação entre Dilma e Chávez. Para Serra, se o MST fosse pela reforma agrária 'apoiaria Plínio e o PSOL'
O candidato do PSDB à Presidência, José Serra, definiu-se ontem como um político de esquerda, em resposta a PETISTAS que o classificaram como "um troglodita de direita". E contra-atacou: "Uma coisa é certa: quem se acha de esquerda tem de ser defensor de direitos humanos. Eu não teria confiado em Ahmadinejad", referindo-se ao presidente do Irã.
A afirmação foi feita durante sabatina realizada pelo canal Record
News e o portal R7 - na qual o tucano ainda acusou a adversária petista
Dilma Rousseff de fugir do debate, atacou o MST e prometeu, se eleito,
"dar uma enxugada no desperdício". Sobre programas de governo, disse que
o seu "não terá trololó nem firulas" e que virá "em forma de metas,
como um milhão de novas vagas no ensino técnico e 154 policlínicas".
Serra reagiu com vigor ao ser mencionada a crítica do assessor da
Presidência Marco Aurélio Garcia, que o chamou de troglodita.
"Troglodita de direita é quem apoia o Ahmadinejad, que está matando
mulheres a pedradas". Segundo o tucano. Garcia "é de direita,
totalmente, não tem nada de esquerda. Falar de esquerda é falar em
direitos humanos, em políticas efetivamente populares, de curto, médio e
longo prazo, não no jogo de grupos econômicos".
E foi além: "Defender o maior juro real do mundo não é ser de
esquerda, defender a menor taxa de investimento governamental do mundo
em desenvolvimento não é ser de esquerda, defender a maior carga
tributária do mundo em desenvolvimento também não é ser de esquerda".
Ao falar da rival Dilma Rousseff, começou com uma acusação implícita,
sem citar seu nome: "Há uma fuga do debate, não apenas física, mas
também de ideias". Em sua opinião, "não se debatem temas, hoje tem uma
central de boatos, que espalha coisa, é uma atitude de ofendido quando
você diz alguma coisa que todo mundo sabe que é verdade". Mais adiante,
aproximou-a do presidente venezuelano Hugo Chávez: "Chávez já declarou
voto em Dilma. Chávez é dilmista e o PT é chavista".
Desperdício. Em outro momento, advertiu que um de seus planos é
reduzir a máquina pública. "Vou dar uma enxugada no desperdício. Tem
excesso de cargo comissionado". E deu uma explicação a respeito dessas
funções: "cargo em comissão significa nomear uma pessoa que não fez
concurso e pode não ter nenhuma capacidade para a função. Boa parte é
emprego político".
O candidato tucano também ironizou o MST: "Se eles fossem pela
reforma agrária, estariam apoiando o Plínio de Arruda Sampaio, do PSOL,
que foi exilado por ser relator do projeto pela reforma agrária. Ele é o
patriarca dessa reforma." Garantiu que, eleito, faria novos
assentamentos e atuaria para aumentar a produtividade dos que já
existem. "Hoje você tem muitos assentamentos cujos proprietários vivem
de cesta básica."
Falou também sobre a política que adotaria quanto ao salário mínimo:
"Será o melhor possível." E detalhou: "Se Deus quiser, vai continuar
aumentando nos próximos oito anos, no mesmo ritmo do governo Lula."
Central de boatos
JOSÉ SERRA
CANDIDATO DO PSDB À PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA
CANDIDATO DO PSDB À PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA
"Não se debatem temas. Hoje tem um mecanismo que é uma central de
boatos, que espalha coisas, e uma atitude de ofendido quando você diz
algo que todo mundo sabe que é verdade"
"Uma coisa é financiamento de campanha, a outra é tirar dinheiro no
banco para encaminhar votações. São fenômenos diferentes"
"Eu vou dar uma enxugada no desperdício. Tem excesso de cargo
comissionado. Cargo em comissão significa nomear uma pessoa que não fez
concurso e pode não ter nenhuma capacidade para a função. Boa parte
deles é emprego político"
Fonte: Carolina
Freitas - O Estado
de S.Paulo
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