Em encontro com empresários na Federação das Indústrias do estado de
Santa Catarina (Fiesc), o presidenciável José Serra (PSDB) disse que o
PT é responsável pela "corrupção e ineficiência" nas agências
reguladoras por conta do loteamento de cargos feito pelo governo federal
nessas unidades. Serra chegou a sugerir que a criação da Segurobras
poderia aumentar o risco de pagamentos de "comissões" em projetos que
envolveriam empresas pública e privada.
- Usar o governo para fins privados atingiu o ponto mais elevado da
história com o PT, que sempre foi o arauto da moral e da ética. Isso
traz ineficiência e corrupção - disse Serra, que antes tinha comentado
os eventuais reflexos da criação de uma nova estatal na área de seguros.
- Essa empresa de seguro que estavam querendo criar era uma ideia
infeliz. Ela seria destinada a ter responsabilidade pelas obras, mesmo
que sejam obras privadas. Aí, se o governo quiser fazer uma usina e
deixar nas mãos da iniciativa privada, pode deixar que se faça de
qualquer jeito. Sem contas na possibilidade de (pagamento) de comissões -
disse ele.
Em tom de ironia, o tucano disse que a política comercial
agressiva não significa ter um presidente viajando em aviões emprestados
por empresários, numa crítica direta ao presidente Luiz Inácio Lula da
Silva. No evento, o presidenciável ainda atacou a alta carga tributária
em vigor, a elevada taxa de juros e o baixo investimento governamental.
Mas foi numa análise sobre a forma como o governo negocia acordos
comerciais que o presidenciável foi direto:
- A abertura comercial foi feita sem muitos critérios. Não há uma
política agressiva de comércio exterior. Deixamos de lado uma política
comercial agressiva. Ter uma política de comércio não é o presidente
ficar viajando com aviões emprestados, mas uma política de
reciprocidade. Não somos pré-mercantilistas de achar que um tem que
ganhar outro tem que perder, mas tem que haver acordos bem feitos para
que todos ganhem - disse Serra.
Serra voltou a dizer aos empresários de Santa Catarina que
pretende ser, se eleito, o "presidente da produção", criticou políticas
que estão provocando a desindustrialização do país e voltou a garantir
investimentos na área de transporte e educação.
Fonte: Flávio Freire - oglobo.com
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