Em encontro na UGT, tucano reage a crítica de centrais e cita 'profissionais da mentira'
Julia Duailibi - O Estado
de S.Paulo
O candidato do PSDB à Presidência, José Serra, aumentou
ontem o tom das críticas às centrais sindicais e, sem citar nomes,
chamou integrantes das entidades de "profissionais da mentira" e a CUT
de "superpelega".
"Nesta campanha se criou uma nova profissão, que são os profissionais
da mentira. Daqui a pouco vão estar reivindicando piso, adicional de
férias, quinquênios e etc.", disse Serra em encontro da União Geral dos
Trabalhadores (UGT) ? 12 das 21 unidades estaduais da entidade sindical
dizem apoiar o tucano.
A declaração foi mais um capítulo no bate-boca com cinco centrais
sindicais (Força Sindical, CUT, CGTB, CTB e Nova Central) que, no
domingo, soltaram manifesto no site do PT acusando o tucano de
"impostura" e de "golpe contra os trabalhadores".
Ao comentar que, no fim dos anos 80, publicou manual do direito dos
trabalhadores e emenda que vinculou o PIS/Pasep ao seguro-desemprego,
disse: "Nesta campanha os profissionais da mentira ficam buscando coisas
novas que é para a gente ficar desmentindo a mentira, a mentira."
Questionado sobre quem seriam os "profissionais da mentira", afirmou:
"Estão em praça pública. É só olhar e ver as mentiras. Essa do FAT."
Serra tem usado a proposta como um dos motes de sua campanha. Ontem, o
principal alvo foi a CUT, que tem forte relação com o governo federal.
"A CUT era uma entidade sindical antipelega, até o PT chegar ao governo.
Depois que o PT chegou ao governo, virou a entidade superpelega",
declarou.
O tucano disse que a relação dos movimentos sindicais com o governo
supera o que havia na época do presidente João Goulart (1961-1964).
"Realmente (eram) aprendizes de pelego em relação com o que se tem
hoje."
"Falaram que eu ia acabar com o Ministério do Desenvolvimento
Agrário, que na verdade hoje é um cabide de emprego para o pessoal do
MST. Nunca falei isso ao longo desta campanha." Segundo o tucano, o
presidente do PT, José Eduardo Dutra, endossaria as "mentiras". "Outro
dia (vi) o Dutra, homem sério, trabalhamos juntos no Senado, também
endossando mentira."
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