Candidato defendeu estreitamento do Mercosul com a UE.
Tucano fez críticas aos diálogos de Lula com o Irã.
O candidato à presidência pelo PSDB, José Serra, se reuniu na tarde desta
quinta-feira (15) com o presidente da Comissão Europeia, o português José Manuel
Durão Barroso. O encontro foi em um hotel em Ipanema, na Zona Sul do Rio,
freqüentado por diversas celebridades internacionais.
O principal assunto da conversa foi o estreitamento da relação do Brasil e do
Mercosul com a União Europeia. O tucano também fez críticas à algumas medidas
políticas e econômicas adotadas pelo governo Lula, como acordos com a China e
diálogo com o Irã. A reunião durou cerca de uma hora. Serra classificou a
conversa como proveitosa.
Relações do Mercosul com a UE
O presidente Durão Barroso afirmou que é essencial começar as negociações da
União Europeia com o Brasil, já que os países do velho continente têm propostas
de investimento para o Brasil.
“Há mais investimento da União Europeia no Brasil do que na China, Rússia e
Índia juntos. Uma relação entre a União européia e o Mercosul juntos traria
prosperidade, além de um fato muito importante. No entanto, acredito que alguns
setores se sentiriam prejudicados, por isso, é preciso encontrar um acordo
ambicioso e mais equilibrado”, lembrou Durão Barroso.
A taxação global dos bancos e o aumento da regulação não foram abordados no
encontro dos dois. Entretanto, Serra ressaltou que se eleito, pretende criar
mecanismos que previnam crises futuras e se mostrou favorável à adoção de
medidas flexíveis no Mercosul.
“O Brasil tem condição de avançar muito mais sozinho na União Europeia do que
os outros parceiros. Isso pode se fazer de uma maneira, em que não seja preciso
mexer em tratados, e, fazendo por intermédio dos ministros”, declarou o
tucano.
Serra defendeu uma política comercial mais agressiva. Segundo ele, nos
últimos tempos, o Brasil só firmou contrato com Israel, que é um país de
economia pequena e de pouca visibilidade.
“O Brasil tem que fazer acordos que beneficiem o nosso país. Houve
estratégias equivocadas como em relação à China. Com isso, o Brasil ficou
inibido de adotar medidas de defesa contra as práticas desleais dos chineses no
mercado mundial. O Brasil não seguiu o interesse econômico, e, só pensou no
âmbito político”, disse o candidato.
Fonte: Tássia Thum - G1
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