O candidato do PSDB à Presidência da República, José
Serra, criticou hoje a atual condução da economia brasileira. De acordo
com o tucano, a equipe econômica do presidente Luiz Inácio Lula da Silva
não atua de forma integrada. "Temos de ter uma equipe econômica
integrada, e não uma que atire em três direções contraditórias entre si.
Uma que arrecada muito, outra que aumenta juros e outra que gasta feito
louca", afirmou o candidato, durante almoço e debate promovido pelo
Grupo de Líderes Empresariais (Lide), em São Paulo. Serra usou metáforas
para se referir às autoridades federais. "Um é o leão para arrecadar, o
outro é o durão e o outro é o Papai Noel do gasto", afirmou.
O tucano negou mais uma vez a fama de centralizador e disse que
saberá delegar tarefas econômicas a sua equipe. "Não serei, como dizem, o
presidente do Banco Central e o ministro da Fazenda. Vou pegar gente
boa e entrosada." Serra apontou ainda a existência no Brasil de um
"tripé maligno" da economia, que prejudicaria o atual tripé
macroeconômico - câmbio flutuante, superávit primário e metas de
inflação. De acordo com o candidato, o tripé "perverso" seria formado
pela maior taxa de juros real do mundo, a maior carga tributária entre
os países em desenvolvimento e baixo índice de investimento
governamental.
Ao citar a arrecadação de impostos, o tucano lembrou que sua
principal adversária na corrida eleitoral, a candidata Dilma Rousseff
(PT), disse em entrevista na última quarta-feira que não considera alta a
carga tributária brasileira, comparada à de outros países. "Dilma disse
que isso (ter alta carga tributária) era bom, mas a assessoria dela se
esqueceu de avisá-la que tem de comparar com países em desenvolvimento, e
não com a Suíça."
Durante a palestra de meia hora com os empresários, o candidato disse
também que os entraves econômicos acabam tornando escasso o
investimento em infraestrutura. Ele citou como exemplo as estradas
federais e os aeroportos. "O Brasil tem uma infraestrutura muito
ineficiente, falta dinheiro e planejamento", afirmou.
Fonte: CAROLINA FREITAS - Agência Estado
Comentários
Postar um comentário