por Míriam Leitão
A ideia do governo de criar uma estatal no ramo de seguros é
horrorosa. O Brasil vinha reduzindo o número de estatais, porque
provocavam o aumento do déficit público, distorções e nomeações
políticas. No fim do governo, não é hora de inventar, mas resolver o que
ficou pendente.
Há ainda uma questão concreta: o seguro existe
para que? Para não ficar com todo o risco. O governo nas suas obras vai
contratar um seguro com uma empresa dele mesmo? Todo o risco vai ficar
concentrado e a vantagem de se fazer um seguro se perde, porque a ideia é
dividir com outro, no caso o setor privado, o risco.
No governo
Lula, houve o fim do monópólio do resseguro no Brasil, que foi um passo
importante, modernizador. Isso permitiu que várias empresas estrangeiras
viessem ao Brasil, o que é bom.
O governo está estatizando todos
os empreendimentos e, agora, estatiza o seguro. Essa empresa vai atuar
em segmentos atendidos pelo setor privado.
O estado tem de
regular, não vender seguro. Mas na reta final, começa a tomar esse tipo
de decisão controversa. O custo é invisível, mas existe. Vai se criar
uma burocracia, que demandará recursos públicos.
Quem viu a
tragédia da hiperinflação sabe o quanto essas decisões insensatas vão
minando a economia do país. É muito arriscado criar no final do governo
uma nova estatal. Impressionante o grau de insensatez deste período
final do governo Lula.
Ser criada por medida provisória é um
absurdo a mais, porque não há essa emergência. Por tudo, essa decisão é
muito ruim.
Fonte: oglobo.com e CBN
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