Conforme noticiado aqui, na madrugada de
segunda (12), o comitê de José Serra prepara uma nova versão do programa
de governo do candidato.
O repórter ouviu o coordenador do trabalho.
Chama-se Francisco Graziano Neto (foto).
É ex-secretário de Meio Ambiente do governo de
São Paulo.
Ele cuidou de afastar a analogia com a rival
de Serra, Dilma Rousseff:
"Não dá para comparar o que
acontece com a Dilma com o nosso processo", disse.
"Não vamos trocar nada. Estamos promovendo acréscimos ao
documento que foi entregue ao TSE".
Na semana passada, sete
horas depois de ter protocolado o "programa" de Dilma no TSE, o PT
substituiu-o por outro texto.
Retirou da segunda versão
temas que, caros ao PT, não soaram adequados a uma candidata apoiada por
partidos que vão do centro assumido à direita disfarçada.
Jogaram-se ao mar teses como a tributação de grandes fortunas e
combate "ao monopólio dos meios eletrônicos" de comunicação.
De passagem por Belo Horizonte, Serra sentiu-se à vontade para
fustigar a adversária, a exemplo do que fizera na semana passada:
"Nós não temos essa dupla cara. Uma hora é aliado do MST, noutra é
inimigo...”
“...Uma hora defende o fim da liberdade de
imprensa, noutra prega a imprensa livre. Nossos programas são setoriais e
sempre coerentes".
O pedido de registro da candidatura de Serra
no TSE traz anexado não um programa de governo, mas a junção de dois
discursos do candidato.
São “diretrizes do programa”, diz Graziano.
Segundo ele, a versão final não será levada ao TSE.
"O que está no tribunal é um conjunto de diretrizes, que nós
estamos decompondo. Estou trabalhando 40 temas".

"Você vai encontrar em todas elas trechos
correspondentes dos discursos do Serra. Não se trata de mudança, mas de
aprofundamento dos temas".
Em reunião com os dez partidos que integram o
“conselho político” de sua campanha, Dilma constituiu três grupos. Um
deles destinado à elaboração de um programa, o terceiro.
O primeiro não valeu. O segundo tampouco. O “definitivo” ficará
pronto até o dia 10 de agosto.
Espremendo-se os fatos,
chega-se ao caldo de uma pantomima.
Pela primeira vez,
exigiu-se dos candidatos à Presidência a apresentação de programas de
governo à Justiça Eleitoral.
E as peças submetidas ao
TSE pelos candidatos que polarizam a disputa ou valem por dois
palanques ou não valem uma mísera rubrica.
Fonte: Blog do Josias de Souza
Comentários
Postar um comentário