'Outros partidos também têm, mas tem que ter como controlar',
afirmou.
Candidato tucano gravou entrevista à TV Brasil que vai ao ar
nesta noite.
O candidato do PSDB à Presidência da República, José Serra, criticou o
suposto loteamento do governo pelo PT em entrevista concedida à TV
Brasil gravada nesta quarta-feira (21), mas que só vai ao ar na noite
desta quinta-feira (22). “O PT tem gula infinita de controlar tudo.
Outros partidos também têm [gula], mas tem que ter como controlar”,
afirmou.
O candidato vinculou o caso da violação do sigilo do vice-presidente do
PSDB, Eduardo Jorge, ao loteamento da máquina pública. “Você viu o que
aconteceu na Receita. Cometeu-se um crime contra a Constituição, que é
quebrar sigilo. Isso é partidarismo. Quebrou-se para usar na campanha
eleitoral.”
Serra foi o segundo candidato a participar da série de entrevistas que a
TV Brasil, emissora do governo federal, faz com os três candidatos à
Presidência que ocupam as primeiras posições nas pesquisas. A entrevista
com Dilma foi ao na quarta-feira (21) e Marina Silva (PV) será
entrevistada nesta sexta-feira (23).
Durante entrevista, Serra reagiu ao ser questionado sobre o apoio de
políticos "fichas sujas" e comparou sua campanha com a de Dilma Rousseff
(PT). “Todo mundo que vem comigo sabe como eu me comporto. Estou
dizendo o que penso. É um pouco difícil ficar comparando quem tem quem.
Num torneio, a candidata do governo perde (sic) disparada em matéria de
más companhias.”
Respondendo a outra pergunta, Serra rejeitou o rótulo de “candidato da
oposição”. Ele afirmou que vai melhorar o que estiver funcionando e
mudar só o que estiver ruim. “Eu sou o candidato não da oposição, mas do
pode mais e do dá pra fazer.”
Voto distrital e mudanças tributárias
O candidato defendeu ainda que a reforma política comece com a mudança no sistema de votação nas eleições proporcionais para o modelo distrital. Neste modelo, os eleitores escolheriam seus representantes em distritos. Para Serra, isso traz mais proximidade do eleitor com o representante e torna a campanha mais barata. A intenção dele seria alterar as regras para as eleições de vereador já em 2012 e deixar a mudança a nível federal para 2018.
O candidato defendeu ainda que a reforma política comece com a mudança no sistema de votação nas eleições proporcionais para o modelo distrital. Neste modelo, os eleitores escolheriam seus representantes em distritos. Para Serra, isso traz mais proximidade do eleitor com o representante e torna a campanha mais barata. A intenção dele seria alterar as regras para as eleições de vereador já em 2012 e deixar a mudança a nível federal para 2018.
“Minha proposta de por onde começar a reforma política é instituindo
eleições distritais puras nos municípios onde tem eleições em dois
turnos, os que têm mais de 200 mil eleitores”, afirmou o tucano.
Ele defendeu ainda que a reforma tributária também seja feita em
partes, tratando de temas específicos. Serra classificou a carga
tributária brasileira como “altíssima” e afirmou que o gasto público tem
de crescer em ritmo menor do que a economia. O tucano falou ainda em
desoneração de produtos alimentícios e de investimentos.
Em relação ao tratamento, Serra defendeu que sejam montadas clínicas em
parceria do Sistema Único de Saúde (SUS) com entidades religiosas.
O tucano afirmou ainda que não vê necessidade em se mudar a legislação
sobre o aborto. Segundo ele, se for eleito presidente, o Executivo não
tomará nenhuma ação nessa direção. Serra disse que o SUS continuaria
dando atendimento para a realização de aborto em caso de estupro, como
permite a lei.
Fonte:
Eduardo Bresciani - G1
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