Secretário-geral do PSDB diz que desafio é aproveitar esse ''fato novo positivo'' para mobilizar palanques estaduais e engajar simpatizantes
Tucanos e aliados receberam o empate técnico entre José
Serra e Dilma Rousseff , registrado pelo Datafolha, como endosso à
pré-campanha do candidato do PSDB, no que se refere à comunicação no
programa e comerciais do partido na TV. Serviu para "respirar", dizem
tucanos, aliviados com a leve vantagem, dentro da margem de erro, sobre a
petista.
Ao mesmo tempo, porém, avaliam nos bastidores que é hora de fazer
ajuste definitivo na campanha, "que está muito fechada", para envolver
os Estados e tirar a militância do imobilismo, sob pena de desandar a
candidatura Serra. Afinal, admitem, como a trajetória ascendente de
Dilma se manteve (oscilando um ponto para cima), o clima continua
desfavorável a Serra.
Otimista, deputado Jutahy Júnior (DEM-BA) entende que a expectativa
de vitória registrada pela pesquisa induz à unidade e à mobilização.
Festeja, sobretudo, o "acerto da publicidade que produziu o crescimento
de cinco pontos porcentuais, competindo com a "mais despudorada"
campanha governamental.
"Estamos enfrentando a maior orgia publicitária, em que o governo usa
sua estrutura, o dinheiro do contribuinte e dos acionistas das
estatais, para fazer campanha para o PT", ataca Jutahy, que integra o
grupo de conselheiros de Serra.
O secretário-geral do PSDB, deputado Rodrigo de Castro (MG), adverte,
no entanto, que o desafio é aproveitar esse "fato novo positivo da
pesquisa" para mobilizar palanques estaduais e engajar simpatizantes de
Serra na campanha. "A chance é agora. Se não fizermos uma coisa
diferente, perdemos a oportunidade."
Expectativa. O presidente do DEM, deputado Rodrigo Maia (RJ), destaca
que o único ponto negativo da pesquisa refere-se à expectativa do
eleitorado. Segundo o Datafolha, apenas 33% acreditam que Serra será
eleito presidente, enquanto 39% declararam voto para o tucano na disputa
presidencial. A expectativa de vitória da presidenciável do PT é bem
maior: 43% apostam que Dilma ganhará a eleição.
"Isso mostra que a campanha dela está mais mobilizada que a nossa e
que a candidata petista está passando a impressão de que é favorita",
afirma Maia. Ele lembra que, há cerca de dez dias, o presidente do PSDB,
senador Sérgio Guerra (PE), anunciou a criação de um conselho político
da campanha, constituído pelos presidentes dos partidos aliados - PSDB,
DEM, PPS e PTB , além do senador Tasso Jereissati (CE), do ex-presidente
do DEM Jorge Bornhausen (SC) e do ex-governador Aécio Neves (MG).
"Se esse conselho for efetivado na próxima semana, será um bom começo
para marcar a abertura oficial da campanha, no dia 5", sugere Maia.
"Quanto mais tivermos oportunidade de debater os rumos, maior será nossa
capacidade de mobilizar as lideranças e as bases nos Estados."
Estresse. Apesar do atropelo na escolha do vice na chapa presidencial
da oposição, Jutahy diz que é hora de olhar para frente. "A escolha
está feita e o deputado Índio da Costa (DEM-RJ) é uma força nova e
jovem, de um Estado importante, que vai ajudar muito na campanha."
O tucanato avalia que o episódio gerou estresse na oposição, mas não
no eleitorado. Também diz que o dado positivo da crise é que Serra se
articulou, conversou muito e ouviu muita gente.
Fonte: Christiane Samarco - O
Estado de S.Paulo
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