Geraldo Alckmin também foi homenagear corpo do secretário de Saúde do Estado de São Paulo
SÃO PAULO - O ex-governador e candidato do PSDB à Presidência da
República, José Serra, foi no final da tarde deste domingo, 18, ao
velório do corpo do secretário de Saúde do Estado de São Paulo, Luiz
Roberto Barradas Barata, na Santa Casa de São Paulo. "Foi-se um amigo
pessoal meu, um amigo querido e um grande servidor público, um homem que
fez muito pela saúde em São Paulo e no Brasil", afirmou.
Serra ressaltou que como secretário em seu governo e de Geraldo
Alckmin, Barradas foi responsável por grandes avanços na saúde, como a
implantação de organizações sociais nos hospitais, a criação de
ambulatórios médicos com especialidades que conseguem abreviar o tempo
das consultas. Para Serra, essa proposta "certamente vai se espalhar
pelo Brasil". "Seu papel foi fundamental", completou.
Serra relatou que quando assumiu o Ministério da Saúde, em 1998,
pediu Barradas "emprestado" ao então governador de São Paulo, Mário
Covas, por três meses para que o secretário o ajudasse a introduzi-lo
nas questões do ministério. Segundo Serra, Barradas sempre recebia
propostas para atuar na área privada. "O secretário era um homem modesto
e um médico sanitarista por vocação, que é o médico menos remunerado da
profissão." Barradas lhe disse, mais de uma vez, que a sua vocação era
ajudar as pessoas e que tudo que fazia era para isso. "Ele vai fazer
muita falta, não só para a família e os amigos, mas para o povo de São
Paulo e do Brasil", disse Serra, para quem Barradas morreu
prematuramente aos 57 anos de idade.
Segundo Serra, Barradas teve câncer de pele, mas havia se recuperado
após cirurgia e quimioterapia. "Ele não tinha nenhum problema cardíaco,
pelo menos que os médicos próximos soubessem. Só não fazia check-up
médico há cinco anos. Ele que conseguia check-ups para tanta gente,
inclusive me acompanhava toda vez que eu ia, não tinha feito para si
mesmo."
De acordo com Serra, ao sentir-se mal ontem, Barradas pediu ao filho
que o levasse ao Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia, na zona sul
de São Paulo, que o secretário ajudou a ampliar e modernizar, apesar de
morar ao lado do Instituto do Coração (Incor). Ele desmaiou ao sair de
casa e quando se restabeleceu disse ao filho para não se preocupar, pois
estava se sentindo bem. Posteriormente, ainda de acordo com relato de
Serra, Barradas teve uma parada cardíaca; no hospital os médicos fizeram
massagem por uma hora e tiraram o coágulo que interrompia a circulação.
"Mas o coração já tinha sofrido muito e não voltou a funcionar. Assim,
em um dia, em poucas horas, em minutos, nós perdemos Barradas", lamentou
Serra.
Alckmin
O candidato do PSDB ao governo de São Paulo, Geraldo Alckmin, disse
que a morte de Luiz Roberto Barradas foi uma perda para São Paulo e para
o Brasil. "Barradas foi um grande médico sanitarista, que dedicou toda a
vida à saúde dos brasileiros, além de ser um dos idealizadores do
Sistema Único de Saúde (SUS)." Alckmin e Serra estiveram juntos no
velório do corpo do secretário de Saúde no final da tarde deste domingo.
"Foi um homem íntegro que dedicou a vida a melhorar a saúde no
Brasil. Foi uma perda, nossos sentimentos, nossas orações", declarou
Alckmin. O candidato disse que estava permanentemente em contato com
Barradas. "Eu dava aula de saúde pública, então toda hora ligava para
ele para tirar dúvidas. Ele tinha conhecimento profundo", relatou.
Para Alckmin, Barradas talvez tenha sido um dos brasileiros que na
história mais tenha contribuído para ajudar a saúde. Questionado se
convidaria Barradas para ser seu secretariado, Alckmin lembrou que ele
já tinha sido e tinha todas as condições para ser ministro ou
secretário. De acordo com Alckmin, Barradas estava ajudando no programa
de governo da campanha do tucano ao governo do Estado.
"Era um talento, uma pessoa honestíssima, que tinha visão de
hierarquia no sistema de saúde, era rápido nas decisões e formava uma
boa equipe. É difícil haver pessoas com visão conjunta de saúde pública.
Ser um bom gestor e inovar", disse. Segundo Alckmin, os 29 novos
hospitais da rede pública do Estado de São Paulo têm parcerias com o
terceiro setor devido ao trabalho de Barradas.
Luiz Roberto Barradas Barata morreu na noite de sábado em decorrência
de um ataque cardíaco. Barradas estava à frente da Secretaria de Saúde
desde 2003, quando Geraldo Alckmin assumiu o governo. O corpo do
secretário está sendo velado hoje no salão nobre da Provedoria da Santa
Casa de São Paulo, aberto ao público até as 22 horas, e será cremado
amanhã no cemitério da Vila Alpina, na capital paulista, em cerimônia
restrita aos familiares e amigos.
Fonte: Chiara Quintão, Agência Estado
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