Ministro minimiza recuo do PT no programa de Dilma entregue ao TSE


O ministro Alexandre Padilha (Relações Institucionais) minimizou nesta terça-feira o recuo do PT no programa de governo da candidata Dilma Rousseff (PT) protocolado ontem no TSE (Tribunal Superior Eleitoral). Segundo o ministro, não houve intenção deliberada de apresentar ao tribunal o texto que não incluía propostas de partidos aliados, como o PMDB, que acabou substituído por uma nova versão. 

"Se tivesse a intenção de entregar outro [programa], não estaria pronto o programa correto", disse.
A Folha Online apurou que Padilha colocou panos quentes no episódio do programa para tentar minimizar os impactos na base de apoio de Dilma. Depois de reunir-se com o senador Romero Jucá (PMDB-RR), o ministro disse que o programa final de governo petista vai ser elaborado em conjunto com as legendas aliadas. 

"No programa apresentado, está explícito que é uma versão inicial. Vamos ter um debate com os partidos e a sociedade para, no momento adequado, apresentar o programa."
Na mesma linha de Padilha, Jucá minimizou o episódio. "O programa da ministra Dilma vai ser formatado durante a campanha. A parceria PT-PMDB não se abala por um fato burocrático como esse", disse o senador. 

O primeiro programa de governo apresentado ao TSE propunha taxação de grandes fortunas, combate ao "monopólio da mídia" e realização de audiência prévia para reintegração de terras invadidas por sem-terra. Após a repercussão das propostas, principalmente na internet, o PT recuou, voltou ao TSE sete horas depois e apresentou nova redação sem os pontos mais polêmicos. 

Além dos pontos polêmicos, o texto não contemplava as propostas de partidos aliados, como o PMDB. Oficialmente, o PT afirmou que cometeu um erro técnico e entregou à Justiça Eleitoral um texto desatualizado, datado de 19 de fevereiro. 

A Folha apurou, porém, que uma ala da campanha optou deliberadamente por apresentar como programa de Dilma o texto aprovado no congresso do partido, em fevereiro, com concessões às alas mais à esquerda. 

Fonte: GABRIELA GUEREIRO - folha.com

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