Atual assessor especial da presidência pediu audiência no Itamaraty em 1999
Garcia se ofereceu ao governo brasileiro para
atuar como “ponte” com as Farc (Forças Armadas Revolucionárias da
Colômbia). Nos últimos dois dias, VEJA.com colheu relatos sobre o
encontro.
Nesta quarta-feira, procurou o ex-ministro Lampreia, que confirmou a
audiência. Servidor de carreira, com mais de 40 anos de Itamaraty, o
ex-ministro não tem filiação partidária. “A proposta era de promover um
encontro, uma relação, uma conversa”, afirmou.
Na última semana, o candidato a vice na chapa do tucano José Serra,
Indio da Costa (DEM-RJ), provocou reações do PT ao dizer que o partido
tem ligações com as Farc. O presidente do PT, José Eduardo Dutra, chamou
Indio de “desqualificado” e “medíocre”.
Em 1999, Garcia era o responsável pela área de assuntos internacionais
do PT. Lampreia confirmou a conversa. “Ele pediu uma hora oficialmente,
está na agenda”, relata. “Ele me fez essa oferta. Eu agradeci o espírito
com que ele fez a oferta, um espírito respeitoso. Mas disse que não
aceitava. Como chanceler não tinha nenhum interesse em ter contatos com
representantes das Farc. A organização estava combatendo um governo
constitucional, amigo do Brasil.”
Lampreia disse a VEJA.com que, recusada a oferta, Garcia não apresentou
mais detalhes, nem disse qual seria o representante das Farc escalado
para falar com o governo brasileiro. Naquele ano, as Farc tinham muito
mais força do que hoje. Seus guerrilheiros se aproximavam da capital,
Bogotá, e tinham chances de tomar o poder.
Veja também: As Farc, Governo Lula e PT
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Fonte: Fernando Mello - Veja.com
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