O candidato do PSDB à Presidência, José Serra, estava afiado nesta
terça-feira. Durante palestra para empresários em Goiânia, na Federação
das Indústrias do Estado de Goiás, o tucano fez críticas diretas à
ex-ministra Dilma Rousseff, sua principal adversária na corrida pelo
Planalto. Segundo ele, há um “apagão” de infraestrutura no país,
inclusive no setor energético, do qual Dilma foi ministra durante o
governo Lula. “Projetos não faltam, o que falta é competência para
tirá-los do papel”, disse Serra.
O candidato afirmou ainda que “há 100 projetos engavetados”, e os que
estão sendo tocanods são de energia suja. “Vai emporcalhar mais o nosso
meio ambiente e a energia vai ser mais cara”. Serra comparou os apagões
durante o governo do também tucano Fernando Henrique Cardoso, no final
da década de 1990, ao que o Brasil enfrentou no ano passado. Segundo
ele, faltava contrução de hidrelétricas durante a gestão FHC, mas o
principal fator foi a falta de chuvas. O problema de energia no ano
passado, disse Serra, “foi simplesmente incompetência da administração, o
que é mais grave”.
Política externa – As críticas do tucano também
miraram no governo Lula. Serra evita criticar o presidente de tamanha
popularidade, mas nesta terça-feira disse que Lula realmente divulgou o
Brasil no exterior, mas acredita que o presidente comete equívocos, como
“acreditar em ditadores que são hitlerianos do século XXI”. Neste
momento, o tucano foi muito aplaudido.
Promessas - Nem na hora de fazer promessas José
Serra deixou os ataques de lado. Segundo ele, o projeto do trem-bala –
comemorado pelo governo Lula e atribuído pelo presidente a Dilma
Rousseff – não pode ter dinheiro público envolvido e que “se continuar
assim”, o governo vai gastar 3 bilhões de reais por ano em subsídios.
Serra afirmou que prefere investir em metrô e na ferrovia norte-sul e
disse que é um absurdo não ter metrô em Goiânia. Para acabar com a
burocracia do governo federal e simplificar os impostos, Serra prometeu
organizar um grupo setorial com especialistas para cuidar desta área.
Em Goiânia, Serra encontrou um ambiente favorável para seu discurso. A
petista Dilma Rousseff esteve no mesmo evento em junho, mas, segundo
organizadores, o tucano levou o dobro de empresários ao local. Isso pode
ser explicado pela força de Marconi Perillo, candidato do PSDB ao
governo de Goiás, além dos senadores Demóstenes Torres (DEM) e Lúcia
Vânia (PSDB), que também são muito representativos no estado.
Fonte: Fernando Mello - Veja.com
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