Eduardo Jorge vai entrar com ação contra União


Receita sabe e se recusa a revelar quem quebrou o seu sigilo fiscal


O vice-presidente executivo do PSDB, Eduardo Jorge Caldas Pereira, disse que vai entrar com uma ação por danos morais contra a União pelo vazamento de seus dados fiscais pela Receita Federal.  Nesta quarta-feira, ao prestar depoimento à Comissão de Constituição e Justiça do Senado sobre a quebra do sigilo fiscal do dirigente tucano, o secretário da Receita, Otacílio Dantas Cartaxo, confirmou não só que as informações saíram de dentro da instituição mas destacou também saber quem as tinha acessado, o local e a data dos acessos.

Pressionado a fornecer detalhes sobre a operação, Cartaxo admitiu ter identificado os servidores que podem ser responsáveis pela violação, mas se recusou a revelar os nomes à comissão. "Houve diversos acessos, por vários funcionários, que estão sendo investigados. Sei dia, mês, hora e a máquina em que foram feitos os acessos", afirmou. 
"Eles já sabem e se recusam a responder. Isso comprova que, se disserem, fornecem pistas para chegar ao pedido que foi feito pela chamada equipe de inteligência da campanha da candidata petista", afirmou Eduardo Jorge, lembrando que os seus dados fariam parte de um dossiê montado pelo PT.

O depoimento de Cartaxo desmente tanto o presidente nacional do PT, José Eduardo Dutra, que responsabilizou o vice-presidente tucano de ter vazado seus próprios dados, como a candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff .  Ela acusou o Ministério Público pela quebra do sigilo fiscal do vice-presidente do PSDB.

De acordo com o secretário da Receita, uma investigação está em andamento na corregedoria do órgão para apurar se os acessos tinham motivo funcional ou não. Eduardo Jorge, porém, é cético em relação ao desenvolvimento da apuração. "Meu sigilo já foi quebrado outras duas vezes e a corregedoria não fez nada. Vou esperar, mas não tenho esperança", disse. Ele lembrou já ter pedido a Receita uma cópia da sindicância e não ter recebido.  "Eles só confirmaram que abriram a sindicância. Mas não cumprem a obrigação legal de encaminhar uma cópia".

Para o senador Alvaro Dias (PR), existe uma operação "abafa" por parte do governo federal. "O depoimento do secretário segue a linha do não sei, não ouvi. Uma escolha. O crime existe, mas jamais encontraremos o criminoso. Não se pode punir o responsável."

Fonte: Agência Tucana

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